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O veneno desta água-viva é tão complexo que os cientistas não sabem o que o torna mortal

KENPEI / Wikimedia

Água-viva de Nomura (Nemopilema nomurai)

Cientistas estão a tentar perceber porque é que o veneno da água-viva de Nomura é tão perigoso, tendo descoberto uma mistura complexa de mais de 200 toxinas.

Todos os anos, a água-viva de Nomura (Nemopilema nomurai), uma das maiores espécies deste género de animal, pica centenas de milhares de nadadores em países como a China, a Coreia e o Japão, conta o site Science Alert.

Quando a picada acontece, o veneno deste animal causa uma dor imediata e intensa, seguida de vermelhidão e inchaço. Em alguns casos, a picada pode levar a choque, ferimentos graves ou até mesmo à morte. Mas os cientistas ainda não sabem o que torna o veneno deste água-viva tão perigosa.

Agora, num novo estudo, publicado na revista científica Journal of Proteome Research, uma equipa de investigadores analisou o veneno, tendo descoberto uma mistura incrivelmente complexa de mais de 200 toxinas relacionadas a picadas, cada uma das quais poderia ter como alvo órgãos específicos ou prejudicar sistemas corporais.

Extraindo cuidadosamente as proteínas do veneno e separando-as em diferentes grupos, os cientistas injetaram cada fração de proteína em cobaias, para ver quais morriam.

Os resultados destacam um grupo de 13 proteínas semelhantes a toxinas que têm consequências potencialmente fatais – algumas têm como alvo membranas celulares, outras visam canais de potássio, enquanto outras têm efeitos aglutinantes.

Numa maior escala, as consequências incluem congestão vascular do coração, degeneração vascular, morte celular no fígado, alterações nos rins e inflamação dos pulmões.

Analisando os cobaias post mortem, a equipa descobriu que a infeção pulmonar e o edema eram a causa mais provável de morte, o que é consistente com os relatos em seres humanos.

Ainda assim, os autores admitem que é difícil dizer com certeza como cada uma destas toxinas individuais realmente mata estes animais, sugerindo que poderiam estar a trabalhar em conjunto.

ZAP //

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