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Novo método torna as vacinas infantis seguras a todas as temperaturas

USACE Europe District / Flickr

Entre 2°C e 8°C, as vacinas encontram-se seguras. Mas, a outras temperaturas, as proteínas começam a desfazer-se, tornando as vacinas ineficazes. Como resultado, milhões de crianças em todo o mundo não são vacinadas.

Uma equipa de cientistas acabou de descobrir uma forma de impedir a degradação das vacinas. Ao envolver moléculas de proteína numa concha de sílica, os investigadores observaram que a estrutura permanece intacta quando aquecida a 100ºC ou armazenada à temperatura ambiente durante um período de três anos.

Esta técnica, conhecida como ensilicação, foi desenvolvida por cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Há dois anos, os investigadores provaram que esta técnica inovadora funcionava em laboratório e, agora, demonstraram a sua eficácia no mundo real.

De acordo com o artigo científico, publicado no dia 8 de junho na Scientific Reports, a equipa enviou amostras ensilicadas e regulares de uma vacina contra o tétano de Bath para Newcastle por correio normal – uma viagem que, por correio, demora um ou dois dias.

Quando as doses da vacina ensilicada foram injetadas em cobaias, foi desencadeada uma resposta imune. No entanto, não foi detetada qualquer resposta imune em cobaias injetadas com doses desprotegidas da vacina, indicando assim que o medicamento foi danificado durante o transporte.

“Estes resultados mostram que a ensilicação preserva não apenas a estrutura das proteínas da vacina, como também a função – a imunogenicidade“, explicou Asel Sartbaeva, líder da investigação.

“O projeto concentrou-se na vacina do tétano, que faz parte da vacina DTPa (contra a difteria, tétano, tosse convulsa) administrada a crianças em três doses. No futuro, queremos desenvolver uma espécie de gaiola de sílica para toda a vacina trivalente da DTPa, para que todas as crianças do mundo possam receber a vacina sem ter que depender da distribuição”, disse o cientista, citado pelo Phys.

A distribuição exige que a vacina seja refrigerada desde o momento da fabricação até ao destino final, o que faz com que milhões de crianças em todo o mundo não sejam vacinadas.

Os cientistas esperam que este método de embrulhar proteínas em sílica seja adotado para armazenar e transportar todas as vacinas infantis, além de outros produtos à base de proteínas, como anticorpos e enzimas.

ZAP //

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