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Meses antes da Semana do Urso Gordo, os ursos do Alasca já estão a engordar muito (e já se sabe porquê)

A Semana do Urso Gordo, período em que a Internet pode votar no urso mais gordo do Katmai National Park and Preserve, no Alasca, é só em outubro. Porém, os ursos pardos deste parque já estão a engordar bem antes da iminente hibernação de inverno.

Apesar de a famosa Semana do Urso Gordo ser apenas em outubro, os ursos pardos do Katmai National Park and Preserve, no Alasca, já estão bem gordos. A razão: uma extraordinária corrida ao salmão-vermelho em 2020, que em breve verá um recorde de peixes no rio Naknek.

“Todas as indicações são de que vamos estabelecer um novo recorde”, disse, em declarações à Mashable, Curry Cunningham,  ecologista de pesca da Universidade do Alasca Fairbanks.

O recorde de salmão-vermelho a nadar no rio Naknek é de cerca de 3,5 milhões de salmões, estabelecido em 1991. No entanto, em 13 de julho deste ano, mais de 3,4 milhões já tinham aparecido no rio.

Na última semana, os espectadores da chamadas “bear cams”, câmaras que transmitem a vida dos ursos pardos ao vivo na Internet, e os guardas florestais daquele parque observaram salmões a saltar acima da água enquanto tentavam ultrapassar a cascata do rio Brooks.

“A corrida deste ano é simplesmente excecional”, disse Mike Fitz, ex-guarda florestal de parque em Katmai. Tem havido peixes naquele local desde o final de junho, o que significa que os ursos os apanham e os comem. “Agora, os ursos estão a beneficiar de toneladas de salmão”, disse Fitz. “Os ursos estão extremamente gordos para esta época do ano.”

Ainda assim, os ursos não estão tão gordos como estarão em setembro.

Vários fatores importantes contribuíram para as grandes corridas de salmão nos últimos anos na Baía de Bristol, no Alasca, que alimenta a região de Katmai. O salmão possui grandes extensões de terra protegida, como Katmai, onde se pode reproduzir e florescer.

“Estes são ecossistemas intactos com muito pouco desenvolvimento humano“, disse Cunningham. Em Katmais, não há represas a impedir os peixes de chegar aos seus habitats e não há locais industriais a poluir a água.

No entanto, a administração Trump está a estudar a construção de uma mina de cobre e ouro sem precedentes na região, repleta de estações de tratamento de água para descarregar a água da mina em córregos, um gasoduto de 302 quilómetros de comprimento para alimentar a mina, poços para resíduos de mineração de lama, estradas para camiões e um novo porto para descarregar materiais minerados nos navios.

Ecologistas, biólogos e a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos concluíram que a mina impactaria adversa e substancialmente a pesca da Baía de Bristol.

Além disso, o aquecimento dos oceanos e as mudanças climáticas podem ameaçar o salmão do Alasca, uma espécie de água fria. Até agora, o salmão de Bristol Bay evitou essas ameaças porque vive numa porção mais fria do seu habitat.

Mas, por enquanto, o ecossistema de Katmai está a properar – basta ver o rio repleto de saltos de peixes e os ursos gordos.

ZAP //

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