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Touca, elétrodos, IA: Universidade Católica pode revolucionar diagnóstico de Alzheimer

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Escola Superior de Biotecnologia da Católica do Porto comanda projecto de investigação. Precisão de diagnóstico ronda os 98%.

A doença de Alzheimer poderá vir a ser diagnosticada precocemente, incluindo em pessoas que não apresentem ainda qualquer sintoma, com a ajuda da Inteligência Artificial.

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto lidera o projecto de investigação, que conta ainda com a colaboração do Hospital de São João, no Porto, da Faculdade de Medicina e da Universidade do Porto, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto Politécnico de Bragança.

A tecnologia recebeu a designação Neuro SDR, começou a ser trabalhada há mais de seis anos, e já foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto.

O investigador Pedro Miguel Rodrigues explicou que a inovação baseia-se num algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos.

O médico coloca no utente uma touca com os elétrodos e essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de um computador, que capta a informação; cinco segundos depois, a informação aparece no ecrã.

“A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença”, comentou Pedro Miguel Rodrigues.

O investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP) da Católica no Porto acrescentou que um diagnóstico precoce “abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo”.

Há mais de 35 milhões de pessoas com Alzheimer, de acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde. Mas nos próximos oito anos essa contabilidade poderá passar para o dobro.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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