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Um quarto dos italianos acredita em teorias da conspiração sobre a covid-19

Daniel Dal Zennaro / EPA

Um quarto dos italianos acredita em teorias da conspiração sobre a covid-19, incluindo que o vírus foi criado em laboratório para alterar equilíbrios mundiais ou que não existe, segundo uma nova sondagem.

Um em cada cinco italianos acredita que o novo coronavírus foi criado em laboratório e disseminado com o propósito de modificar os equilíbrios mundiais.

Outros 5% acreditam que o vírus não existe, mas que serve como pretexto para o controlo das pessoas e da economia, de acordo um inquérito realizado pela empresa SWG, numa amostra de 800 pessoas para o canal de televisão La7.

A margem de erro da pesquisa opinião é de 3,4%.

Entre os conspiradores, 33% acreditam que o vírus foi criado pelos chineses para enfraquecer outros países, 21% creem que são as multinacionais da Internet que estão por trás do SARS-CoV-2 para enriquecerem, enquanto 20% acreditam que foi criado pelas elites globais para estabelecer uma ditadura sanitária e 16% atribuem-no à máfia para enriquecer e aumentar o seu poder.

Sobre a vacina, 44% seriam vacinados sem dúvida, 26% apenas se fosse obrigatório. Em contrapartida, 11% não o fariam mesmo que fosse obrigatório, enquanto 19% estão indecisos. As pessoas entrevistadas são também muito críticas em relação aos jovens, considerando-os como o principal vetor de transmissão da covid-19.

Assim, 71% afirmam concordar um pouco ou muito com a seguinte frase: “os jovens de hoje cresceram no bem-estar, têm direito a tudo e mesmo em tempos de covid-19 não estão dispostos a qualquer sacrifício pelo bem comum”.

 

Novo máximo diário de óbitos

Itália registou 853 mortes atribuídas à covid-19 nas últimas 24 horas, um número só superado no final de março, nos piores momentos da primeira vaga da pandemia durante a primavera, anunciou esta terça-feirao Ministério da saúde.

O número de óbitos subiu 122 desde segunda-feira, dia em que o país registou 630 e ultrapassou a barreira das 50.000 mortes.

Segundo os dados do Ministério da Saúde italiana, 23.232 novas infeções foram registas nas últimas 24 horas, indicando que a curva está a diminuir. Com as 853 mortes, o total de óbitos subiu para 51.306 e quanto às infeções, o total de casos até agora é de 1.455.022.

O chefe do Departamento de Prevenção do Ministério da Saúde, Gianni Rezza, reconheceu que o número de mortos é “uma má notícia”.  Atualmente, há 34.577 pacientes internados e 3.816 em Unidades de Cuidados Intensivos.

A Lombardia continua a ser a região com mais novos casos diários, quase 5.000 no último dia, seguida pela Lácio e Toscana, cada uma com mais de 2.500 novos casos.

O Governo italiano, que está a decidir quais as medidas a adotar para o período de Natal, está sob pressão do setor das estâncias de esqui, que querem abrir, mas os especialistas voltaram hoje a desaconselhar.

“Ninguém subestima o impacto (económico) de um encerramento de atividades de esqui, porém os números atuais não tornam compatível uma hipótese de reabertura porque significaria expor todo o país a uma subida da curva epidémica e ter uma concertação europeia é absolutamente fundamental”, apontou Franco Locatelli, presidente do Conselho Superior de Saúde, em conferência de imprensa.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 1.397.322 mortos resultantes de mais de 59,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

ZAP // Lusa

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