Um mês depois, centros de saúde ainda não estão a fazer consultas à noite e aos sábados de manhã

Um mês depois de ter sido publicada a portaria que determinava os incentivos financeiros para prolongar o horário de funcionamento dos centros de saúde, estas unidades ainda não estão a prestar atendimento médico à noite e ao sábado de manhã.

Em março, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que estabelecia um conjunto de incentivos para recuperar as consultas presenciais, permitindo o alargamento do horário de funcionamento dos centros de saúde aos dias de semana e sábados.

Contudo, de acordo com o Jornal de Notícias, que avança a notícia esta terça-feira, os centros de saúde ainda não estão a prestar atendimento médico à noite e ao sábado de manhã.

Em declarações ao mesmo jornal, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) disseram estar ainda a trabalhar para identificar que atividade deve ser recuperada.

A ARS de Lisboa e Vale do Tejo já concluiu “o regulamento que identifica a atividade passível de realizar e que define os critérios a aplicar nas unidades de saúde”, estando agora a definir as “carteiras adicionais de serviços a apresentar por cada Agrupamento de Centros de Saúde”.

Já a ARS Norte disse que tem vindo a reunir com as direções das unidades de saúde e prevê que a medida entre em funcionamento “no mais breve espaço possível”.

Por outro lado,há quem considere que esta “medida isoladamente não é suficiente” nem é uma solução “mágica”.

“Temos de ter a capacidade e a disponibilidade de profissionais e de horários para fazer a nossa vigilância. Isso passa por termos os recursos humanos necessários e por não estarmos sobrecarregados com outras tarefas”, disse Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Família, acrescentando que este esforço de recuperação de consultas deve ser uma tarefa de “todo o Serviço Nacional de Saúde”.

Já Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, afirmou que “os médicos precisam de tempo para a sua família, para descansar e para a sua atividade”, sendo que o Ministério da Saúde devia “contratar mais profissionais” em vez de “estar a criar mais pressão em profissionais que estão exaustos”.

Maria Campos, ZAP //

 

 

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