A tetrataenite, um metal raro até agora apenas encontrado em meteoritos e apelidado de “íman cósmico”, pode revolucionar a produção elétrica e oferecer uma alternativa às terras raras, que são essenciais na produção de dispositivos eletrónicos.
Embora este material tenha sido identificado nos anos 1980, não existia na Terra e era necessário um processo que levaria milhões de anos para se desenvolver naturalmente.
Este metal é formado por camadas compactadas de níquel e ferro numa estrutura tetragonal, e não se forma em condições que promovam a oxidação — como a atmosfera da Terra.
Agora, cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram sintetizar a tetrataenite de forma simples e barata, possibilitando a sua produção em massa.
O metal poderia substituir as 17 terras raras chave na indústria tecnológica atual, que são usadas em produtos como telemóveis, veículos elétricos e turbinas eólicas. A extração destas terras raras é complicada, dispendiosa e com graves riscos ambientais.
A China controla atualmente 87% da capacidade mundial de refinação de terras raras, o que suscita preocupações geoestratégicas nos restantes países. A tetrataenite, nota a Popular Mechanics, poderia aliviar a dependência destas terras raras.
A primeira tentativa de sintetizar tetrataenite, realizada através do bombardeamento com neutrões, revelou-se demasiado cara para produção em massa.
No entanto, em outubro de 2022, uma equipa de investigadores da Universidade de Cambridge, liderada pela professora de Ciências dos Materiais Lindsay Greer, anunciou ter desenvolvido um método de síntese de tetrataenite por aquecimento de minerais comuns a temperaturas acima do seu ponto de fusão.
Além disso, também uma equipa de investigadores da Universidade Northeastern, em Boston, revelou recentemente ter conseguido sintetizar tetrataenite com um processo que envolve o arrefecimento do metal fundido e a aplicação de “stress existencial”.
Estas descobertas podem ser cruciais para resolver o problema do abastecimento de terras raras, cuja procura se espera que aumente em 400% nas próximas décadas, especialmente em setores como veículos elétricos, energias renováveis e armamento.
Segundo dados do Centro Kleinman de Política Energética, a procura mundial de terras raras atingirá as 450.000 toneladas anuais em 2035, em comparação com as 200.000 toneladas atuais.
A tetrataenite sintética pode assim ser a solução perfeita para fazer face à escassez destes minerais essenciais — e revolucionar a indústria tecnológica e a produção mundial de energia.
Retirado do texto: Embora este material tenha sido identificado nos anos 1980, a primeira tentativa de sintetizar tetrataenite foi realizada em 1960????
Decidam-se…
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
Notícia muito importante, mas esta não dá nas TVs.
A China tem 87% da extração mundial, mas não é por ter mais recursos naturais. É porque as opiniões públicas dos paises occidentais recusam este tipo de extração “suja” nos seus territórios.