Um “dia na praia” para a vida noutros mundos

NASA/JPL-Caltech

Impressão de artista de um sistema com cinco exoplanetas.

Investigações anteriores tinham advertido que tais planetas com praia podem ser extremamente raros, mesmo nas zonas habitáveis.

Novas simulações mostram que exoplanetas verdadeiramente semelhantes à Terra, com oceanos, continentes e praias como contornos, podem ser muito mais comuns em torno das anãs vermelhas do que se esperava anteriormente. Isto significa que as atuais e futuras missões de levantamento exoplanetário podem esperar encontrar múltiplos análogos da Terra para estudo adicional antes do final da década.

A “zona habitável” é definida como a gama de órbitas em torno de uma estrela onde a temperatura seria adequada para que um exoplaneta tivesse água líquida à sua superfície. Isto não significa necessariamente que exista vida ou mesmo água no planeta. De facto, para a maioria dos exoplanetas na zona habitável, a vida no planeta não seria um simples “dia na praia”.

Na Terra, tanto os oceanos como os continentes desempenham papéis vitais no ciclo geoquímico do carbono, que ajuda a manter um clima temperado onde a água líquida e a vida podem existir. Assim, para procurar planetas potencialmente habitáveis como a Terra, o que exatamente precisamos é de um “dia na praia”, onde a terra e o mar possam coexistir.

Investigações anteriores tinham advertido que tais planetas com praia podem ser extremamente raros, mesmo nas zonas habitáveis em torno dos tipos mais comuns de estrelas (nomeadamente as anãs vermelhas).

Isto porque existe uma diferença no conteúdo de água dos materiais rochosos encontrados nas partes internas e externas de um disco protoplanetário onde os planetas se formam, levando à formação de planetas com demasiada ou pouca água na maioria dos casos.

Mas novas simulações numéricas realizadas por Tadahiro Kimura da Universidade de Tóquio e Masahiro Ikoma do NAOJ (National Astronomical Observatory of Japan) fornecem uma visão mais solarenga. Ao tomar em consideração a água produzida a partir das interações entre a superfície ainda derretida de um planeta jovem e a sua atmosfera primordial, a equipa descobriu que se espera uma grande variedade no conteúdo final de água.

E, dentro dessa gama, uma percentagem de planetas do tamanho aproximado da Terra em zonas habitáveis devem ter quantidades apropriadas de água para um clima temperado. É uma percentagem suficientemente elevada para que as missões de estudo exoplanetário em curso e futuras, como a missão TESS ou PLATO, possam esperar encontrar múltiplos exemplos de exoplanetas verdadeiramente semelhantes à Terra, e com praias, ainda na década de 2020.

// CCVAlg

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