UE não cumprirá metas climáticas até 2030 sem um maior esforço dos Estados membros

A União Europeia (UE) declarou que não conseguirá cumprir até 2030 as metas de redução dos gases com efeito estufa, salvo se os Estados membros fizerem um maior esforço em relação ao que tem sido feito até agora.

A Agência Europeia do Meio Ambiente (AEA) revelou esta quarta-feira, através do relatório Estado e as perspectivas do Ambiente, que as medidas existentes colocam a UE no caminho de reduzir as suas emissões em 30% na próxima década, em comparação com os níveis de 1990, noticiou a agência Lusa.

Atualmente, o bloco de 28 países tem uma meta de 40% até 2030, sendo que alguns até pediram que essa meta fosse aumentada para 55%.

Este relatório foi divulgado numa altura quando quase 200 países estão reunidos em Madrid, Espanha, para discutir as alterações climáticas. A Cimeira sobre as Alterações Climáticas, conhecida como COP25, irá decorrer até 13 de dezembro na capital espanhola.

Como salientou o Público, referindo o mesmo relatório, só dois dos 13 objetivos definidos para a proteção da natureza e conservação da biodiversidade deverão ser atingidos, com a designação de zonas marinhas e áreas terrestres protegidas.

“Sem medidas urgentes para fazer face ao ritmo alarmante da perda de biodiversidade, ao aumento dos impactos das alterações climáticas e ao consumo excessivo de recursos naturais, a Europa não atingirá os seus objetivos para 2030”, resultando numa maior deterioração da natureza e um agravamento da poluição do ar, da água e do solo, estimaram os autores do relatório.

(dr) Espen Rasmussen

Para o diretor executivo da AEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório, “o ambiente da Europa está num ponto de viragem. Nos próximos dez anos, temos uma estreita janela de oportunidade para ampliar as medidas destinadas a proteger a natureza, reduzir os impactos das alterações climáticas e reduzir radicalmente o consumo de recursos naturais”.

“A nossa avaliação mostra que mudanças graduais resultaram em progressos em alguns domínios. Mas não são suficientes para cumprir os nossos objetivos de longo prazo”, acrescentou o responsável.

Os autores do relatório avisaram ainda que “a Europa não alcançará a sua visão de sustentabilidade e de viver dentro dos limites do planeta se continuar promover o crescimento económico e a procurar apenas gerir os impactes ambientais e sociais”.

É necessário “ampliar e acelerar radicalmente as ações destinadas a colocar novamente a Europa no caminho certo para cumprir os seus objectivos e metas de política ambiental a médio e longo prazo”, frisaram.

“Dispomos dos conhecimentos e das tecnologias, isto é, já temos hoje as ferramentas necessárias para tornar sustentáveis os principais sistemas de produção e consumo: a alimentação, a energia, a mobilidade”, salientou o diretor executivo da AEA, sustentando que “o nosso bem-estar e prosperidade futuros dependem disso”.

Apesar de a UE ter alcançado melhorias ao nível da eficiência dos recursos e da exploração da economia circular, as tendências globais ambientais na Europa não melhoraram nos últimos cinco anos, assinalaram os autores. Contudo, acreditam ainda haver tempo para reverter esse quadro, de forma a cumprir os objetivos definidos para 2030 e 2050.

ZAP //

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