A União Europeia (UE) assinou um acordo para o fornecimento de 110 mil doses de vacinas contra a varíola-dos-macacos, que serão entregues no final de junho, avançou esta terça-feira a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides.
De acordo com o Público, embora não tenha sido revelada a empresa, este mês já tinham sido anunciadas negociações com a dinamarquesa Bavarian Nordic, que forneceu a Alemanha e a Espanha.
A Imvanex, vacina da empresa dinamarquesa, foi aprovada para a varíola humana em 2013, parecendo ter eficácia contra a varíola-dos-macacos. Nos Estados Unidos, está aprovada para ambas as doenças.
Relativamente a outras vacinas contra a varíola, esta tem uma forma modificada do vírus, que não causa doença nos humanos e não se consegue reproduzir nas células humanas. Devido à sua parecença com o vírus da varíola, calcula-se que seja eficaz na proteção contra a varíola-dos-macacos.
A compra conjunta de vacinas contra o vírus já tinha sido anunciada em Portugal no final de maio, pela porta-voz da Direção-Geral de Saúde (DGS) para este surto, Margarida Tavares.
A opção de vacinação da DGS e dos especialistas – “pessoas que possam ser expostas e ter um risco acrescido, como, por exemplo, doentes imunocomprometidos ou profissionais de saúde” -, deve manter-se, com potencial acréscimo dos contactos de risco dos casos confirmados.
Há nesta terça-feira 231 casos confirmados em Portugal, tendo sido registadas 22 novas infeções – é o país com mais casos confirmados por milhão de habitantes. São assim 1500 em países onde o vírus não é endémico.
O Público avançou que todos os infetados são homens, a maioria com menos de 40 anos, referenciados na região de Lisboa e Vale do Tejo, com casos pontuais no Norte e no Algarve. A tendência é a mesma em todo o mundo, embora não seja uma doença exclusivamente masculina.
A DGS e o Centro Europeu de Controlo de Doenças alertaram que as pessoas com múltiplos parceiros são a fatia da população que pode enfrentar maiores riscos.