A Presidente cessante de Taiwan, Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista (pró-independência), foi reeleita para um segundo mandato presidencial.
Esta vitória sinaliza a forte oposição dos eleitores da ilha às reivindicações da China sobre aquele território. “Taiwan mostrou ao mundo o quanto amamos o nosso modo de vida livre e democrático, bem como a nossa nação”, afirmou Tsai Ing-wen, em declarações à comunicação social, anunciando a sua vitória nas eleições presidenciais.
No escrutínio deste sábado, Tsai Ing-wen derrotou dois adversários: Han Kuo-yu, o principal candidato da oposição que concorria pelo Partido Nacionalista, e James Soong (conservador e favorável a Pequim) do pequeno Partido Primeiro o Povo.
Com 99,75% dos votos escrutinados, Tsai Ing-wen venceu o escrutínio com 57,2% dos votos, contra os 38,6% do candidato Han Kuo-yu, segundo os dados divulgados pelas agências internacionais.
O opositor Han Kuo-yu reconheceu, entretanto, a sua derrota e felicitou Tsai Ing-wen pela reeleição para um novo mandato presidencial de quatro anos. “Liguei à Presidente Tsai para a felicitar”, disse Han Kuo-yu aos seus apoiantes concentrados na cidade portuária de Kaohsiung, no sul de Taiwan. “Ela tem um novo mandato para os próximos quatro anos.”
Na sua declaração de vitória, Tsai Ing-wen, que é contra o princípio de “uma China única”, dirigiu palavras diretas a Pequim, que considera a ilha parte do seu território, não excluindo o uso da força, caso seja necessário, para assumir o controlo da região. “A paz é a China abandonar as suas ameaças contra Taiwan”, assegurou a Presidente eleita.
“Espero que as autoridades de Pequim entendam que Taiwan, um país democrático, e que o nosso governo democraticamente eleito, não irão ceder a ameaças e a intimidações”, prosseguiu.
Os 19 milhões de eleitores de Taiwan foram chamados às urnas para escolher entre duas visões divergentes sobre o futuro do território e das suas relações com Pequim, que continua a ser o maior parceiro comercial.
Tsai Ing-wen, no poder desde 2016, contesta e considera autoritário o poder comunista de Pequim, enquanto o opositor Han Kuo-yu defendeu durante a campanha uma abordagem mais flexível com a China.
Taiwan, ilha com cerca de 23 milhões de pessoas, está politicamente separada da China há sete décadas. O território, que é apenas considerado um país independente por um pequeno grupo de Estados, reclama a sua independência da China desde a guerra civil de 1949.
Depois de uma pausa de uma década, Taiwan reativou em 2017 os seus esforços junto dos respetivos aliados para tentar reunir apoios e alcançar a readmissão nas Nações Unidas, organização que deixou em outubro de 1971 após a reentrada da China (um dos cinco Estados permanentes do Conselho de Segurança da ONU).
// Lusa