A comparação entre a definição de fascismo e o que o presidente eleito dos EUA defende e o que já fez nos últimos anos.
Donald Trump, que vai ser de novo presidente dos EUA, vai ser um presidente “fascista”, de acordo com milhões de habitantes dos EUA.
Esse grupo inclui alguns analistas políticos – e até alguns republicanos, ou seja do partido de Trump, concordam que o presidente eleito é fascista.
Mas a política e a própria história mostram que essa classificação está errada, avisa Jeremy Etelson no The Hill.
Sim, Donald Trump ainda diz que as eleições presidenciais de 2020 foram uma fraude e foi essencial na invasão do Capitólio. “Mas não é um líder fascista por causa disso. Talvez seja um irresponsável; fascista não”, escreve Jeremy.
O artigo lembra que o fascismo é uma forma de governo colectivista que procura posicionar-se como uma alternativa controlada pelo Estado ao socialismo marxista e ao capitalismo liberal.
É uma ideologia centralizada, sempre com o alegado objectivo de cumprir o destino histórico da nação.
Há indústria privada, mas quem toma as decisões finais é o Estado.
E é aqui que Portugal aparece na lista de “exemplos proeminentes de líderes fascistas”, quando se refere António de Oliveira Salazar, além de Benito Mussolini em Itália e de Francisco Franco em Espanha.
Todos subiram ao poder no início do século XX em oposição ao liberalismo e ao socialismo.
E convém haver este enquadramento, até porque os EUA nunca passaram pelo fascismo – apesar de ainda hoje alguns associarem Franklin D. Roosevelt ao fascismo (mas não ao fascismo de Hitler).
Voltando à análise, a censura institucional e a supressão da divergência ideológica são essenciais num regime fascista, que tem como pontos centrais: colectivismo, censura, autocracia e militarismo.
Comparação
Mas Donald Trump não segue estes princípios, defende Jeremy Etelson.
O primeiro exemplo dado é a COVID-19: “Um fascista não delegaria as tomadas de decisão a governos estaduais descentralizados. Um fascista não tentaria limitar o âmbito da censura público-privada”.
Na Justiça: “Um fascista não nomearia juízes e magistrados que interpretassem a Constituição de uma forma original que minimizasse a autoridade do governo federal e do seu poder executivo”.
A nível militar, “um fascista não acabaria com guerras nebulosas e não evitaria iniciar novas”.
E até surge uma comparação com a televisão: “Um fascista não se sentaria certamente para entrevistas de horas de duração com humoristas da contracultura e não-conformistas como Joe Rogan, Theo Von e Andrew Schulz”.
E Donald Trump cumpriu estes últimos quatro parágrafos. O artigo defende que o empresário é anti-autoritarismo. É até “capitalista liberal” no que diz respeito a assuntos internos.
“As tentativas de diabolizar Trump, comparando-o a Adolf Hitler, e aos fascistas em geral, não são apenas exageradas, mas também perigosas”, avisa.
Nacionalismo populista sim, fascismo não.