O antigo diretor do Serviço de Imigração tem mão de ferro: vem ajudar Trump na “maior operação de deportação” prometida pelos republicanos. Já há nome também para a representante na ONU: Elise Stefanik.
“Tenho o prazer de anunciar que o antigo diretor da ICE [Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA] e um bastião do controlo das fronteiras, Tom Homan, se juntará à administração Trump, responsável pelas fronteiras da nossa nação”, escreveu na noite de domingo o republicano.
Para além de supervisionar as fronteiras sul e norte e a “segurança marítima e aérea”, Trump disse que Homan “será responsável por todas as deportações de estrangeiros ilegais para o seu país de origem”, uma parte central da agenda do Presidente eleito.
O novo presidente dos EUA escreveu na sua rede social Truth Social que “não tinha dúvidas” de que Homan “fará um trabalho fantástico e que há muito é esperado”, e chegou mesmo a referir-se ao ex-diretor do ICE como “czar das fronteiras“.
A nomeação de Homan não carece de confirmação do Senado, a câmara alta do parlamento dos Estados Unidos.
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump atacou repetidamente os migrantes ilegais que acusou de “envenenar o sangue” dos Estados Unidos, e prometeu restabelecer uma política de separação familiar na fronteira.
E Homan prometeu dar continuidade à política anti-imigração do republicano: “Será uma operação bem direcionada e planeada, conduzida pelos homens da ICE. Os homens e mulheres da ICE fazem-no diariamente. São bons nisso”, garantiu Homan.
“Quando formos ao terreno, saberemos quem procuramos. Provavelmente, saberemos onde estão e isso será feito de forma humana“, garantiu.
Homan é o segundo nome anunciado para a futura administração de Donald Trump, depois de Susie Wiles, a arquiteta da campanha vitoriosa do republicano.
Segundo a Euronews, no início deste ano, na Conferência Nacional do Conservadorismo, em Washington, Homan mostrou desagrado perante a cobertura noticiosa de uma operação de deportação em massa que ocorreu nos EUA.
“Esperem até 2025”, disparou, e acrescentou que, embora considere que o governo deve dar prioridade às ameaças à segurança nacional, “ninguém está fora de questão. Se estão aqui ilegalmente, é bom que estejam a olhar por cima do ombro”.
Garantira ainda: “Têm a minha palavra. Se o Trump voltar em janeiro, eu vou estar nos seus calcanhares quando voltar e vou dirigir a maior operação de deportação que este país alguma vez viu”.
Elise Stefanik para a ONU
Também já há um terceiro nome anunciado por Trump este domingo: Elise Stefanik, deputada republicana.
“Estou honrado por nomear (…) Elise Stefanik para servir na minha administração como Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Elise é uma lutadora incrivelmente forte, tenaz e inteligente pela América”, disse Trump, numa declaração ao New York Post, no domingo à noite.
De acordo com a CNN, a republicana “nem sempre foi a maior fã de Trump: A republicana de Nova Iorque, que era a mulher mais jovem alguma vez eleita para o Congresso na altura da sua primeira vitória, em 2014, votou contra uma das suas vitórias legislativas de assinatura — o seu plano fiscal de 2017″.
A eventual nomeação de Stefanik terá de ser confirmada pelo Senado.
“Na minha conversa com o Presidente Trump, expressei o quão profundamente honrada estava por aceitar a sua nomeação e a minha vontade de garantir o apoio dos meus colegas no Senado dos Estados Unidos”, disse no domingo Stefanik.
Segundo a CNN, Stefanik intitula-se como uma “voz independente” e é conhecida pela sua personalidade moderada.
A republicana tinha já sido muito elogiada pelo antigo Presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, que escreveu na revista Time que Stefanik era uma “construtora”.
ZAP // Lusa