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O ex-Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse que o país enfrentaria “problemas talvez nunca antes vistos” caso seja indiciado pelo desaparecimento de registos oficiais da Casa Branca no tempo em que era chefe de Estado, incluindo documentos confidenciais.
Trump deu a entender, segundo o Politico, que tal ação por parte do Departamento de Justiça norte-americano poderia desencadear violência por parte dos seus apoiantes. Referiu igualmente que uma acusação não o impediria de concorrer novamente à Casa Branca.
“Caso isso acontecesse [ser indiciado], não haveria nenhuma proibição à minha candidatura”, disse Trump numa entrevista de rádio. “Se isso acontecesse, existiriam problemas neste país, que talvez nunca tenhamos visto antes. Acho que o povo dos Estados Unidos não suportaria [lidar com o facto de ser indicado]”.
Questionado sobre o que queria dizer ao referir “problemas”, respondeu que seriam “grandes problemas”. “Acho que eles [o povo] não o suportariam. Eles não ficariam quietos e manter-se-iam de pé perante esta derradeira trapaça”, disse Trump.
Não é a primeira vez que os republicanos insinuam uma potencial agitação civil caso Trump seja, de facto, indiciado. Em agosto, o senador republicano Lindsey Graham disse que contava com “motins na rua” se “houvesse uma acusação contra Donald Trump por má gestão de informações classificadas”.
Os comentários de Graham foram apontados como “irresponsáveis” e “vergonhosos”. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referiu que as declarações de “republicanos extremistas” eram “perigosas”.
No mesmo programa de rádio, o entrevistador perguntou a Trump como este reagiria caso os media o acusassem de incitar a violência com as suas declarações, ao que o ex-Presidente respondeu que não o estava a fazer. “Estou apenas a dar a minha opinião”, indicou.
A 24 de agosto, foi noticiado que o Arquivo Nacional recuperou mais de 100 documentos marcados como classificados, de um lote inicial de 15 caixas retiradas em janeiro da residência de Trump em Mar-a-Lago, na Florida.
Os dados estavam expressos na correspondência recentemente tornada pública entre aquele departamento e a equipa jurídica do republicano.
Os números divulgados demonstram o grande volume de documentos classificados do governo recuperados no início do ano na residência de Mar-a-Lago, ainda antes de os agentes da polícia federal norte-americana (FBI) terem realizado buscas na casa em 08 de agosto para recuperarem mais 11 conjuntos de registos confidenciais.
Trump é tão, tão egocêntrico que pensa que os EUA giram à sua volta. A tentativa fraudulenta de viciar o resultado da eleição que perdeu para Biden é patética. Como um homem infantilizado mobiliza os republicanos extremistas é um mistério.
Não é mistério. Já Maquiavel escrevia sobre o sucesso dos que se dedicam aos enganos, pois há sempre quem queira ser enganado…