As forças norte-americanas que guardam campos de petróleo e gás no leste da Síria foram recentemente atingidas por munições improvisadas semelhantes a bombas de morteiro, lançadas por drones de pequeno porte.
Segundo noticiou o Drive, ainda se desconhecem os responsáveis pelos ataques que, embora não tenham causado vítimas, são os exemplos mais recentes deste tipo de ameaça. Para combater estes ataques, as Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA) têm desenvolvido e implementado uma variedade cada vez maior de sistemas anti-drones.
A NPR foi o primeiro órgão de comunicação a relatar “um ataque a dois dos campos de petróleo” na Síria, vigiados atualmente por tropas norte-americanas. Ocorrido a 06 de março de 2020, este é o primeiro ataque nessas áreas desde que os EUA anunciaram, em outubro de 2019, a sua nova missão de proteger o petróleo e o gás natural na Síria.
A NPR não especificou os locais exatos dos ataques, indicando apenas que membros da “Guarda Nacional da Virgínia Ocidental” estiveram no local de um dos incidentes.
A Guarda Nacional do Exército da Virgínia Ocidental tem militares na 30ª Equipa de Combate à Brigada Blindada, atualmente destacada para a Síria. Em outubro de 2019, implementou um contingente de veículos de combate Bradley em duas bases operacionais avançadas, ambas situadas na província síria de Deir Ez Zor.
Depois que os Bradleys retornaram ao Kuwait, entre novembro e dezembro de 2019, os elementos da brigada permaneceram no país. Drones de um tipo não especificado, mas “carregando uma argamassa”, atacaram esses elementos a 04 de março. Dois dias depois, outros veículos aéreos não tripulados realizaram ataques semelhantes.
A NPR não forneceu fotos das munições utilizadas durante os ataques, mas relatou impactos visíveis um pelo menos um camião militar, bem como estilhaços em tanques de petróleo. Segundo investigadores do Exército, algumas dessas argamassas foram feitas com impressoras 3D, o que significa que foram projetadas de forma sofisticada, talvez por “um estado-nação”, avançou a NPR.
A descrição geral dos ataques, continuou o Drive, aponta para morteiros e drones semelhantes aos utilizados na Síria e no Iraque, há anos, pelo Estado Islâmico e outros grupos terroristas.
A impressão 3D é cada vez mais acessível, o que gera preocupações sobre a capacidade de cidadãos fabricarem armas, visto que os materiais necessários não são proibitivamente caros e não são inacessíveis para aqueles que já gastam centenas de dólares na aquisição de pequenos drones comerciais.
Ao mesmo tempo, há relatórios da inteligência norte-americana que revelam ameaças crescentes às tropas no Irão ou aos seus representantes regionais em todo o Médio Oriente. Essas preocupações cresceram desde a decisão do governo Trump de matar o general Qasem Soleimani, no Iraque, em janeiro de 2020.
A War Zone tem explorado ao longo do tempo o uso cada vez maior por parte do Estado Islâmico de veículos aéreos não tripulados, armados com munições improvisadas, como aconteceu em Mosul, no Iraque, em 2016 e 2017. Esta é uma situação que as tropas norte-americanas têm encontrado também no Afeganistão.
Essa realidade levou ao desenvolvimento de vários sistemas anti-drones. De acordo com relatos, os guardas da Virgínia Ocidental na Síria dispararam contra um dos drones durante um dos incidentes recentes, mas não está claro se utilizaram um desses sistemas.
A Força Aérea norte-americana também se está a preparar para implementar um sistema que usa um laser para abater pequenos drones. O Exército, acrescentou o Drive, deve fornecer, em abril, uma avaliação de vários sistemas já em uso. Já a Marinha começou recentemente a testar várias armas capazes de abater pequenos drones.