O funcionário recorreu na justiça após ter sido despedido quando a empresa usou os dados do GPS do seu carro e descobriu que o trabalhador tinha feito viagens pessoais durante o horário de trabalho.
O caso de Fernando Augusto já se arrasta na justiça há mais de 10 anos e pode criar um precedente que venha a influenciar outras decisões semelhantes.
Desde 1994 que trabalhava numa farmacêutica como representante médico, tendo sido despedido em 2014 porque a empresa analisou os dados do GPS e descobriu que o funcionário que tinha usado o carro da firma em viagens pessoais.
Para esconder isto, Fernando Augusto inflacionava o número de quilómetros que fazia por motivos profissionais nos relatórios que entregava, sendo assim a empresa a comportar os custos das suas viagens de lazer, explica o DN.
Ainda antes de ser despedido, o trabalhador já tinha feito uma queixa à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) em 2013, alegando que o controlo destes dados violava a sua privacidade. Na altura, a CNPD arquivou a queixa.
Esta foi a primeira derrota judicial que Fernando Augusto sofreu, mas não foi a única. Esta terça-feira, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) também considerou que não houve qualquer violação da vida privada e que o julgamento dado a funcionário foi imparcial.
O Tribunal da Relação de Guimarães já tinha decidido contra Fernando Augusto, que depois recorreu ao TEDH, alegando ter sido prejudicado por um julgamento parcial. O trabalhador perdeu todas os recursos.
Não sei o que este tipo estava a espera que os tribunais decidissem. Acaba o trabalho, deixa o carro da empresa e pega no dele. Parece-me simples.