Novo tratamento para infeção intestinal mortal cura totalmente 90% dos pacientes

O transplante de fezes é uma cura eficaz para 90% dos pacientes que sofrem de Clostridioides difficile, uma infeção intestinal potencialmente fatal que geralmente afeta idosos ou pessoas com a saúde mais frágil.

Um novo estudo publicado na The Lancet Gastroenterology & Hepatology descobriu um tratamento que cura completamente 90% dos pacientes que sofrem de Clostridioides difficile, uma infeção intestinal potencialmente fatal que geralmente afeta idosos ou pessoas com a saúde mais frágil.

Os tratamentos normais têm sido insuficientes para tratar esta doença, mas a pesquisa descobriu que os transplantes de fezes são uma cura eficaz. O procedimento consiste numa transferência de fezes de doadores que têm um ecossistema intestinal de micróbios completo para os intestinos dos doentes.

O estudo foi feito por cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. Atualmente, os antibióticos são o tratamento preferido para o tratamento da infeção, mas a doença consegue resistir e pode ser recorrente em alguns pacientes, podendo causar a morte nos casos mais extremos.

Por enquanto, só os casos mais difíceis — quando a reinfeção é recorrente três ou mais vezes — é que são elegíveis para o transplante de fezes. No entanto, o estudo, que envolveu 42 participantes, indica que este tratamento pode curar completamente a grande maioria dos pacientes.

“Descobrimos que o tratamento com o transplante, após se completar o tratamento padrão, curou 19 dos 21 pacientes, enquanto que apenas sete dos 21 tratados com placebo ou outro antibiótico foram curados. Porm outras palavras, a probabilidade de cura da infeção é três vezes maior após este tratamento do que com tratamento padrão atual sozinho”, explica Simon Mark Dahl Baunwall, autor do estudo.

A eficácia do tratamento foi tal que o projeto até teve de ser travado por razões éticas.

“Em casos raros, pode acontecer descobrir-se que o tratamento que se está a investigar o é tão eficaz que é eticamente indefensável continuar. O nosso estudo é um exemplo, pois o novo tratamento é muito melhor do que o tratamento padrão ce seria antiético continuar porque os pacientes do grupo de controlo correriam o risco de não receberem o tratamento”, explica.

Para além desta infeção, o transplante de fezes também está a ser testado como um potencial tratamento para outras doenças causadas por distúrbios da microbiota intestinal.

ZAP //

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