O Transrapid foi uma invenção alemã, desenvolvida durante mais de 40 anos. Trata-se de um comboio de alta velocidade, que prometeu revolucionar os transportes… mas como diz o ditado: quanto mais depressa mais devagar. Só que, neste caso, nem devagar se foi ao longe.
Entre 1969 e 2011, a Alemanha tentou desenvolver uma nova forma de andar a alta velocidade.
O nome Transrapid vem das palavra transport e rapid. Faz sentido, uma vez que a velocidade é a principal característica do veículo.
O Transrapid era um comboio provido de uma inovadora e bastante promissora tecnologia que testava a levitação magnética, a fim de revolucionar o transporte.
A tecnologia Maglev permite a propulsão e levitação do meio de transporte pela única linha por onde o veículo levita — permitindo reduzir o atrito e fazer com que o comboio ande mais rápido – podendo atingir 500 km/h.
Os comboios Maglev, que há meio século estavam no campo da ficção científica, acabaram por acontecer entretanto, tendo-se afirmado com sucesso como transportes de alta velocidade em diversos países do Mundo, como é o caso do comboio-bala chinês e o maglev japonês.
Por que motivo falhou então o projeto Maglev alemão que ia revolucionar os transportes ferroviários na Europa?
Tecnologia Maglev
Um Transrapid funciona através de uma suspensão eletromagnética (EMS). Isto é, tem electroímans – ímans supercondutores – presos às partes laterais dos comboios que são atraídos para os trilhos ferromagnéticos do estator – parte fixa de uma máquina elétrica – no caminho.
Os electroímans, colocados no veículo e na linha, são arrefecidos a temperaturas extremamente baixas, o que faz aumentar de forma considerável a força do campo magnético.
Quando a corrente elétrica flui, através dos ímans, estes produzem um campo magnético que faz com que o veículo levite sobre a guia, com uma folga de 10 milímetros.
Quanto à propulsão, o Transrapid usa um motor linear – um tipo de motor elétrico que gera um movimento linear, em vez de rotativo, tradicionalmente produzido pelos motores elétricos.
Quando a corrente elétrica é aplicada ao estator – instalado ao longo do trilho -, gera-se um campo magnético móvel, que interage com os ímans do comboio, empurrando-o ou puxando-o pela linha.
Graças a esta tecnologia, e mesmo andando a altas velocidades, o veículo consegue acelerar e desacelerar suavemente. Além disso, o Transrapid é ornamentado de um sistema de controlo bastante sofisticado, a fim de garantir segurança e eficiência.
Tem também sensores que monitorizam a posição, a velocidade e outras variáveis do comboio em tempo real. O objetivo era manter a distância ideal entre o veículo e o trilho, controlar a velocidade e garantir uma viagem estável e suave.
Onde se começou a trilhar caminho…
Os primeiros protótipos do Transrapid começaram a ser desenvolvidos em 1969.
Quase 20 anos depois, foi instalada uma linha de testes, em Emsland (Alemanha), para em 1988 começarem os planos para construir linhas com a tecnologia Maglven, no país.
A primeira rota ligaria Hamburgo a Hanover. Em 1991, a Deutsche Bundesbahn, companhia ferroviária nacional alemã, em colaboração com algumas Universidades, declarou o caminho como tecnicamente apto.
Passado uns anos, em 2002, deu-se início ao primeiro uso comercial do sistema, mas na China: um trilho com 30 km que ligava Xangai ao Aeroporto Internacional de Shanghai Pudong.
No entanto, nove anos depois, no país criador, a pista de testes de Emsland foi fechada, uma vez a licença de utilização expirou, e a ideia descarrilou em definitivo.
Mas não foi o único motivo…
Houve um conjunto de fatores – que não se reduzem ao fim da licença da pista de Emslan – que contribuíram para o declínio do projeto.
Apesar de o Transrapid ter sido exportado com sucesso para a China e Austrália, nunca chegou a ser implementado na Alemanha nem na Europa, uma vez que enfrentou vários desafios que sempre o limitaram:
- O desenvolvimento e a construção do sistema Transrapid tinham custos muito elevados, principalmente devido aos requisitos da tecnologia Maglev;
- Os obstáculos políticos e burocráticos, nomeadamente a oposição de vários grupos de interesse e as preocupações ambientais;
- A concorrência de sistemas ferroviários convencionais de alta velocidade, como o InterCity Express (ICE) alemão e o TGV francês, que também ofereciam velocidade e eficiência, mas com custos construção e manutenção mais baixos;
- A poluição sonora e a vibração gerada pelos efeitos dinâmicas a alta velocidade também foram obstáculos;
- Em 2006, um grave acidente com um Transrapid que colidiu com um veículo de manutenção na pista resultou na morte de 23 pessoas;
- Com a crise financeira global de 2008, as perspetivas de expansão da Transrapid caíram, em consequência da falta de investimento /financiamento.
Todos estes motivos combinados acabaram por limitar a implementação do Trasnrapid, levando-o ao declínio.
Apesar do fracasso, o Transrapid continua a ser um marco importante na evolução dos transportes de alta velocidade, e novas tecnologias puderam ser testadas.
A culpa é do saco azul com o fundo roto
Não falhou, como tecnologia e veículo inovador, um sucesso e inspiração para hoje os Maglev japonês e chinês. Falhou na burocracia. Eu utilizo este veículo quase todas as semanas em Shanghai 32kms, exactamente o mesmo designed and made in German. É um excelente exemplo de mobilidade urbana! Quem escreveu o artigo deveria primeiro testar o veículo, para melhorar elaborar os títulos e descrição!
Caro leitor,
O título da notícia não é “tecnologia Maglev falhou”, é “o comboio Transrapid falhou” e está correto.
Lamentamos não ter podido enviar um reporter a Shanghai para testar a tecnologia — algo que de qualquer forma não nos foi necessário para a referir, e dela dar exemplos, incluindo a nota de que se afirmou “com sucesso como transporte de alta velocidade em diversos países do Mundo”.
Eu utilizei 2 vezes (em Shanghai) e posso dizer: é fantástico! E qual é a razão do sucesso? É barato: 5 euros (para cada lado) para ir da cidade ao aeroporto! Assim, anda sempre cheio. Se fosse cá, quereriam ganhar muito, os preços seriam 50+ euros, e andaria às moscas, acabando por dar prejuízo!
…nem mais! ! Em cheio!
Olha … Tem juízo na cabeça… Por cá o metro já está sempre apinhado, carvalho
E juízo ?! Se pusesses isso a cinco euros, ia ser o fim do mundo
Conheço pista de Emsland, perto de Dorpen, ainda esta em bom estado. É uma estrutura fantastica, seria bom que voltassem a reativar o projecto