O salário do mês de janeiro não está garantido para todos os trabalhadores do grupo Ricon, de Vila Nova de Famalicão, disse esta quarta-feira o administrador de insolvência, durante a assembleia de credores da Delvest.
O administrador de insolvência afirmou, esta quarta-feira, que o salário de janeiro não está garantido para todos os trabalhadores do grupo Ricon, contrariando assim a garantida que tinha sido dada aos trabalhadores da Ricon SA, outra das empresas do grupo, de que lhes seria pago o salário do primeiro mês do ano.
“O que se passava é que havia uma conta comum de onde as várias empresas faziam tesouraria. Acabei de perceber que a fonte seria a Delvest. O dinheiro pertence à Delvest e não às outras marcas. Se não foi possível fazer o fluxo financeiro que sempre se fez, as outras empresas não vão poder receber“, afirmou Pedro Pidwell.
O responsável não quis prestar declarações à Lusa nem explicar o que havia afirmado durante a assembleia de credores daquela empresa do grupo. No entanto, fonte ligada ao processo adiantou que a massa salarial do grupo chega aos 700 mil euros mensais.
Segundo concluiu o presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, pela voz do dirigente Francisco Vieira, no final da sessão, “os únicos que podem ter a certeza que vão receber o salário do mês de janeiro são os trabalhadores da Delvest S.A“.
Da assembleia de credores da Delvest SA, uma das oito empresas do grupo Ricon, saiu ainda a aprovação da proposta de Pidwell de encerramento e liquidação dos ativos da empresa, sendo que o mesmo destino já foi decretado pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Famalicão relativamente à Ricon S.A, à Delcon e, terça-feira, às ‘holdings’ do grupo, a Nevag SGPS, a Nevag II SGPS e a Ricon Serviços.
A mesma assembleia de credores da empresa do grupo que gere rede de lojas da marca Gant em Portugal, encerradas desde segunda-feira, depois do despedimento de todos os funcionários, ficou ainda marcada pela discussão do futuro a dar ao material que está em stock nas lojas.
A juíza que presidiu à assembleia concedeu ao administrador de insolvência “cinco dias para ver a possibilidade de escoamento da mercadoria nas lojas”, que poderá ser concentrada e posta à venda numa dos estabelecimentos da rede.
Os trabalhadores do Grupo Ricon estão em protesto à porta das unidades fabris esta quinta-feira, marcando assim o fim de um dos principais empregadores da indústria têxtil do Vale do Ave.
O grupo Ricon apresentou-se à insolvência em finais de 2017, tendo os trabalhadores recebido esta segunda-feira as respetivas cartas de despedimento. Em comunicado, a administração explicou que a atividade do grupo “dependia de forma significativa da Gant” e que aquela marca “se mostrou totalmente intransigente para negociar”.
Pedro Pidwell confirmou as tentativas de negociação com a Gant, afirmando que a “derradeira tentativa” deu-se na segunda-feira, com a intervenção de dois grupos de investidores, mas que a Gant recusou as propostas em cima da mesa.
Segundo a representante da marca sueca “a GANT tem uma estratégia para Portugal que não passa por nenhuma das propostas apresentadas.
// Lusa
Se a Gant vai produzir para a China, que venda os seus produtos na China!!
A mim de certeza que não vendem NADA!!
Mamaram enquanto lhes deu jeito e agora viraram as costas a quem sempre produziu os seus produtos com alta qualidade!!
Ó Eu…. Olha que não é bem assim…… Os acionistas da Ricon perderam em 2016 mais de 30 milhões de euros e não restava outra solução. O património da empresa dava para pagar as indeminizações, os salários aos trabalhadores…. o pior são os abutres que agora vão sugar tudo e que nunca fizeram nada pela empresa…. Informa-te dos advogados, administ de insolvência, juízes e os outros chulos que vivem à custa das insolvências. Esses sim vão ganhar e bem e muito antes dos trabalhadores……..
É!!
Restava sim; bastava apenas e tão só que a Gant cumprisse a sua promessa e continuasse a produzir na Ricon!
Eles é que aliciaram a Ricon a investir em projectos arriscados e depois “fugiram”!.
“Roeram a corda” e, como representavam “apenas” 70% da facturação, a empresa deixou de ser viável!!
A Gant é a culpada desta insolvência e quem disser o contrário, não sabe NADA sobre este caso!