Tigresa “devoradora de homens” faz 9ª vítima

kohlmann.sascha / Flickr

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As autoridades indianas anunciaram esta sexta-feira a morte da nona vítima de ataque de um tigre fêmea que, desde dezembro, devorou apenas pessoas do sexo masculino no norte do país, ganhando a fama de “devoradora de homens”.

Um funcionário do distrito de Bijnor, Salil Shukla, citado pela AFP, disse que a vítima é um jovem camponês que se deslocou à densa floresta perto do Parque Nacional Jim Corbett, no Estado de Uttar Pradesh.

“A vítima estava desaparecida desde quinta-feira. Ela foi para a selva para encontrar o seu gado”, contou Salil Shukla, assinalando que “esta é a nona vítima da devoradora de homens”.

“Devoradora de homens”

A história do felino assassino começou a 29 de dezembro, quando matou o agricultor Vijay Singh, de 20 anos, no distrito de Moraújo, também em Uttar Pradesh.

De acordo com fontes dos serviços florestais, sete dos ataques do animal ocorreram em Uttar Pradesh, enquanto o outro teve lugar no Estado vizinho de Uttarakhand.

A guarda-florestal indiana ativou, sem sucesso, um dispositivo para caçar o tigre fêmea e enviou seis homens armados para caçar o felino que “devora homens”. Apesar de terem sido colocadas várias armadilhas, a sua captura continua complicada, porque durante o dia esta se esconde nas plantações de canas-de-açúcar, que cobrem 90 por cento da região.

Para caçar suas presas, os caçadores estão a usar armadilhas ou iscas (cabras, por exemplo), enquanto os “Rangers” vasculham a floresta montados em elefantes, empunhando armas tranquilizantes.

Os moradores da vizinhança estão preocupados com a presença do tigre, refere a AFP, que entrevistou no distrito de Bijnor a irmã da mais recente vítima do animal.

“Pela primeira vez percebemos que vivemos tão perto de tigres”, disse Anand Saini, de 26 anos, sublinhando que “as crianças da aldeia são aconselhadas a não se aventurar para muito longe, especialmente na parte da manhã e depois do pôr do sol”.

O país dos tigres

A Índia tem cerca de 1.700 tigres, que representa 60 por cento da população mundial de uma espécie que também existe em outros países asiáticos como Bangladesh, Vietname, Tailândia, Nepal e Camboja.

Embora os ataques sejam raros, a perda do seu habitat natural pode fazer com que os animais e os seres humanos coabitem no mesmo espaço, tornando-se um perigo para a vida das pessoas.

Os ambientalistas consideram que um tigre que já consumiu carne humana dificilmente pode ser reintegrado no seu meio, pelo que a única solução responsável é matá-lo.

De acordo com o World Wildlife Fund, os tigres perderam 93% do território total que costumavam ocupar, 45% só na última década, devido ao aumento da população e consequente uso de áreas de florestas em campos agrícolas, áreas urbanas e locais mineiros.

/Lusa

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