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O livro de literatura inglesa mais antigo do mundo está disponível online

O The Exeter Book (O Livro de Exeter) é um dos quatro livros manuscritos que preservam quase toda a literatura inglesa. Agora, está disponível online e qualquer pessoa pode consultá-lo.

Especialistas do Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade de Exeter e da Catedral de Exeter criaram um site que apresenta, pela primeira vez, imagens de alta resolução de cada uma das 130 páginas do The Exeter Book.

Além de ser uma poderosa ferramenta para investigadores, professores e estudantes de literatura inglesa, este website proporciona a qualquer pessoa a oportunidade de, em grande plano, ver uma das mais raras e notáveis relíquias do passado medieval.

“Dos nossos muitos tesouros históricos, o The Exeter Book tem sido a joia da coroa da Catedral de Exeter durante quase 1.000 anos. É uma peça de importância vital para todo o mundo anglófono”, explicou Ann Barwood, bibliotecária da Catedral e investigadora da universidade britânica, citada pela Fine Books Magazine.

“Cuidar do mais antigo livro sobrevivente da literatura inglesa é, evidentemente, uma enorme responsabilidade. O desafio da Catedral tem sido sempre mantê-lo seguro, ao mesmo tempo que se encontram formas de o partilhar com o mundo”, acrescentou.

A obra contém uns rabiscos – ilustrações de ponto seco encontradas nas margens do livro – que são quase invisíveis a olho nu.

As fotografias digitais de alta resolução permitem observar estes “desenhos” em detalhe, pela primeira vez. A análise permitiu aos peritos da Universidade de Exeter confirmar que foram feitos logo após a sua produção.

O estilo dos rabiscos, assim como algumas pistas, mostram que são anglo-saxónicos.

“Sabemos agora que as imagens fazem parte da história anglo-saxónica do The Exeter Book. Podem até apontar para a sua pré-história, porque podem já ter estado presentes no pergaminho quando este foi levado para ser transformado numa coleção de poesia. São um lembrete de que as histórias dos anglo-saxões não foram apenas escritas, foram faladas, executadas e observadas“, salientou James Clark, da Universidade de Exeter.

The Exeter Book

“Estas imagens de ponta seca – feitas com um bico de caneta ou ponta de madeira fina, mas sem tinta – tornaram-se como uma gravura. Só são visíveis sob uma luz muito brilhante, e as imagens de alta resolução mostram-nas claramente pela primeira vez“, salientou.

“O The Exeter Book chegou a Exeter há 1.000 anos e não saiu da cidade desde então. Os desenhos sugerem que, antes dessa altura, o livro tinha uma vida muito mais ativa, talvez passada de leitor para leitor”, acrescentou Clark.

“Alguns podem ter acrescentado os desenhos. É percetível como algumas das figuras são desenhadas mais formalmente do que outras.”

O The Exeter Book é um dos quatro livros manuscritos que, juntos, preservam quase toda a literatura inglesa para sobreviver desde a época dos anglo-saxões. Como grupo, formam as “pedras anglo-saxónicas” da história cultural inglesa.

Liliana Malainho, ZAP //

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