“Temos que nos habituar”, porque os portugueses “não estão nem aí”, diz António Costa

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Partido Socialista / Facebook

António Costa discursa nas Comemorações dos 50 Anos do Partido Socialista

O secretário-geral do PS considerou hoje que “os portugueses não estão nem aí” para a conversa sobre uma eventual dissolução do parlamento e defendeu que a vontade manifestada pelos eleitores tem de ser respeitada.

Em entrevista à RTP, transmitida na noite deste domingo, na qualidade de secretário-geral do PS, António Costa sustentou que este é “um tema que está fora da agenda da vida dos portugueses” e é alimentado pela “bolha mediática e certo mundo político”.

Não vamos estar aqui a criar crises artificiais. Eu percebo que há aqui uma direita que não consegue suportar a ideia de que este mandato parlamentar se cumpra e que não são capazes de respeitar a vontade dos portugueses”, disse.

“E cria-se aqui um clima artificial para procurar colocar na agenda um tema que está fora da agenda da vida dos portugueses. A minha agenda, a agenda do Governo, a agenda do PS é a agenda da vida dos portugueses”, afirmou.

Interrogado se não lhe parece que se está a abrir o caminho a eleições antecipadas, o líder dos socialistas e primeiro-ministro retorquiu que eleições antecipadas houve há um ano, em 30 de janeiro, e os portugueses “votaram pela estabilidade quatro anos”, ao dar maioria absoluta ao PS.

Nós temos de nos habituar, primeiro, a respeitar a vontade dos cidadãos. E a vontade dos cidadãos foi muito clara”, defendeu.

“O que eles disseram foi que queriam estabilidade para quatro anos, queriam um Governo que pudesse começar, desenvolver o seu trabalho e ser avaliado no final do seu trabalho. É isso que devemos fazer, em primeiro lugar”, acrescentou.

“Nas sondagens que têm saído há uma coisa muito interessante, é que a esmagadora maioria das pessoas nem sequer responde. Eu tenho visto aí sondagens em que para terem 600 e tal respostas, têm de fazer quase 2.000 contactos, porque as pessoas não estão nem aí”.

“Não, eu acho que os portugueses não estão nem aí. Os portugueses manifestamente não querem dissolução nenhuma. Os portugueses não querem que os políticos criem problemas. O que os portugueses querem é que os políticos resolvam problemas”, reforçou.

Já no seu discurso na festa de aniversário dos 50 anos do PS, no Porto, António Costa, defendeu que “quem quer uma democracia forte respeita os mandatos”, e avisou a direita que o Governo socialista tenciona cumprir o seu mandato de quatro anos.

“Quero ser muito claro, a nossa agenda e os nossos compromissos são os que constam no programa eleitoral. Não é arrogância, é humildade de quem percorreu o com o país a pedir o voto”, disse, advertindo que a agenda socialista “não é a agenda da polémicas mediáticas”.

Esta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a dissolução da Parlamento seria uma má notícia, mas às vezes tem de haver más notícias.

Noutra parte do seu discurso, no Pavilhão Rosa Mota, António Costa reforçou a ideia da necessidade de estabilidade, considerando que é o foco do Governo em manter o mandato até ao fim que está a incomodar a direita.

“Eu acho que é mesmo por isso que eles têm bastante pressa de se verem livres de nós. Eles tentam tudo. Já tentaram ver-se livres de nós com o diabo, agora até se tentam ver livres de nós com o Chega, mas não chegam para nós e nós chegaremos para eles, porque connosco eles não passam”, avisou António Costa, aplaudido de pé.

Refutando as críticas dos que dizem que o Plano de Recuperação e Resiliência não está a ser cumprido, pediu à direita para não se iludir, lembrando que o PRR é para ser executado em quatro anos.

“E que não se iluda a direita. Nós sabemos bem que Roma e Pavia não se faz num dia e que o PRR é para ser executado em quatro anos, não se executa num ano. Mas cá estaremos os quatro anos para executar até ao último cêntimo o PRR e liderar a maior oportunidade de transformação estrutural da economia portuguesa que temos tido nos últimos anos”, declarou António Costa.

“Com o Chega nada, nada, nada”

Na entrevista desta noite à RTP, Costa considerou também que o presidente do PSD, Luís Montenegro, não disse o que seria necessário para se demarcar claramente do partido de André Ventura, “com o Chega nada, nada, nada“.

Costa alegou que Luís Montenegro “quer manter uma situação equívoca” e está a ajustar a sua atuação política para “que se distinga pouco o PSD para os eleitores do Chega”.

Interrogado se não ficou descansado quando Luís Montenegro numa entrevista recente excluiu governar ou aceitar o apoio de partidos “racistas, nem xenófobos, nem oportunistas, nem populistas”, o líder dos socialistas e primeiro-ministro realçou nessa frase “o que não diz“.

Não disse o que era necessário dizer: não haverá nenhum acordo com o Chega”, realçou. Para António Costa, o que o presidente do PSD deveria ter dito era “com o Chega nada, nada, nada”, mas “não disse, e era isso que deveria ter dito”.

“O grande problema”, segundo o secretário-geral do PS, “não é a dimensão do Chega em si – que já é significativa –, mas é o que o Chega condiciona e determina a ação política da direita democrática”.

ZAP // Lusa

15 Comments

  1. Estás muito enganado. Vai a eleições que vais ver o que te acontece. Os portugueses estão mais que fartos da tua bandalheira. Incompetente ex-número 2 do ladrão!

  2. O Governo liderado pelo Sr.º Primeiro-Ministro, António Costa, perdeu as Eleições Legislativas de 2022 – alcançou somente 2.301.887 Votos – para a Abstenção que venceu esse Acto Eleitoral com 5.256.840 Eleitores, representando assim a Maioria dos Portugueses.
    Posto isto, como é que um Governo eleito por uma Minoria governa a Maioria?

    • Pois é, quem não vota e fica muito satisfeito pensando que está a mostrar a sua indignação, tem toda a culpa, só os votos válidos contam…
      Talvez assim percebam que TODOS devem votar!

      • Os Portugueses não podem nem devem votar em programas políticos – quem em nada diferem no objectivo final – com os quais não se identificam nem tão pouco contribuem para o desenvolvimento integral do País; quem vota nas actuais forças políticas liberais/maçónicas (PS, CDS, BE, CH, PCP, IL, PAN, L, PSD) que se encontram no Parlamento ou em outras fora do mesmo, fá-lo por ignorância, dependência, ou então é mal-intencionado(a), aquilo que tem (trabalho, casa, etc….) não é por mérito e perfil mas graças a este criminoso, corrupto, e anti-democrático, regime liberal/maçónico e a sua Constituição ilegítima de 1976, imposta pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.
        A sua justificação é infundada, você está a dizer que se deve votar, sem racionalidade, princípios, valores, ou ideologias, simplesmente porque sim, ou seja, para manter o regime e a situação que destrói Portugal e os Portugueses há 49 anos.

      • “Posto isto, como é que um Governo eleito por uma Minoria governa a Maioria?” Se é isso que acha então para quê a sua pergunta?, não faz sentido, a resposta foi a que referi… o PS e outros que tais agradecem!

    • Excelente ponto de vista. Mais de cinco milhões não gramava este bazulaque primeiro ministro. Agora são muitos mais, tal a mixórdia governativa que estamos a ver e a suportar.

      • Desde 2009 que os Governos e a Presidência são ilegítimos, perderam todas as Eleições para a Abstenção, consulte os resultados e ficará surpreendido

  3. Vocês estão a ficar como os brasileiros com o Lula.
    Se este governo ganhou com maioria absoluta é porque o povo português votou, não foram votos fantasma ou um fenómeno inexplicável.
    Este governo teve de passar por uma pandemia e agora por uma guerra/crise, não é situação fácil para nenhum governo e com mais ou menos trapalhadas nas alternativas que temos atualmente não vejo ninguém que pudesse fazer melhor e mesmo se fossemos a eleições antecipadas também não vejo quem poderia ser um primeiro ministro melhor.
    O grande problema da política em Portugal é que nenhum político quer saber do País para nada, tudo quer o seu tacho. As reuniões da assembleia não servem para dar alternativas ou resolver problemas, é uma palhaçada só para andarem a chamar nomes uns aos outros e apontar erros uns aos outros. Não há soluções, não há diálogo, é só tentar denegrir o outro o máximo possível para se sobressair mais.
    Está na hora de todos darem mais soluções e respostas e todos contribuírem para um país mais estável, não criar mais crises para no final ficar tudo na mesma ou pior.

    • Mas o PS tendo andado, nos últimos anos, em manifesto pugilismo interno. Há uns 6 ou 7 que andam quase à porrada para tomarem o lugar de Costa. Por isso, futuramente vai passar por um tempo de oposição ao governo que se formar. Talvez a alternância seja melhor que o desastre governativo que estamos a viver e a suportar.

  4. “os portugueses não estão nem aí”. Mas também não estavam com a dissolução do Parlamento por parte de Jorge Sampaio! Até onde chega a peta e falta de vergonha deste quase comunista !

  5. O Povo Português votou na estabilidade, mas quem lhe está a dar instabilidade é precisamente este governo, que não governa, e só arranja trapalhadas e não projeta forma de aliviar a carga fiscal da classe média. Este governo está a empobrecer o País não criando riqueza e não estimulando as empresas a investir. Não é por acaso que a juventude com níveis intelectuais superiores está constantemente a abandonar o País. A sorte deste governo é Portugal ter um PR que não fiscaliza e não cumpre com a Constituição da República.
    Os Portugueses não querem uma Venezuela.

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