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TAP não vai ser “uma TAPzinha”. Mas a luz verde de Bruxelas veio com contrapartidas

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos

A Comissão Europeia informou, esta terça-feira, ter aprovado o plano de reestruturação da TAP. Mas a luz verde de Bruxelas traz algumas condições.

Mais de um ano depois, a Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP, o qual prevê uma ajuda estatal na ordem dos 2550 milhões de euros. Mas a aprovação veio com algumas contrapartidas.

Além do corte de 18 slots por dia no aeroporto de Lisboa, deverá existir uma separação das áreas de negócio, em que de um lado fica a TAP SA e a Portugália/TAP Express e do outro ficam os ativos não estratégicos, que deverão ser alienados no âmbito da reestruturação. É o caso da unidade de manutenção do Brasil (ex-VEM), da Cateringpor e da Groundforce.

Em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, congratulou-se com a notícia que veio de Bruxelas, dizendo que “o trabalho do Governo português está feito” e que “os resultados são bons”.

Sobre a cedência de slots, o governante referiu que Bruxelas até queria que o número fosse maior e que o que está em cima da mesa “não perturba de forma significativa o negócio da TAP”, cita o jornal Público.

Relativamente à venda de ativos, Pedro Nuno Santos revelou que via a alienação ou o fim da ex-VEM com “bons olhos”, mas garantiu que as vendas só terão lugar se “houver propostas adequadas”.

O governante destacou ainda que a Comissão Europeia não pediu mais cortes nos postos de trabalho ou na frota, autorizando que esta possa chegar aos 99 aviões até ao fim do plano de reestruturação.

“Este é um número muito importante. (…) Ouvimos durante muitos meses a nota de que a TAP passaria com este plano a ser uma ‘TAPzinha’. O que este plano e esta aprovação nos mostra é que isso não vai acontecer“, afirmou.

Questionado sobre o futuro da TAP, o governante declarou que a privatização não está neste momento em cima da mesa, mas admitiu que a companhia terá de procurar parceiros.

“É para nós claro que, num negócio altamente competitivo da aviação, uma companhia aérea não sobrevive isolada e, portanto, estamos a trabalhar para que a TAP possa vir a estar num grupo importante de aviação, porque essa é a forma mais sólida e consistente de conseguirmos a viabilidade”, explicou.

“No mercado global da aviação já não se sobrevive sozinho e a TAP deverá procurar parceiros e esse é um trabalho que será feito nos próximos anos”, acrescentou.

O ministro adiantou ainda que “há vários interessados, não em substituir a TAP em Lisboa – isto é muito importante -, mas em ter uma cooperação e colaboração”.

Mais tarde, numa entrevista à CNN Portugal, Pedro Nuno Santos voltou a defender esta ideia, explicando que “a TAP tem de se enquadrar num grupo maior do que si própria”.

“Não há nenhuma companhia de aviação, nomeadamente com a dimensão da TAP, que consiga sobreviver neste mercado altamente competitivo isoladamente”, repetiu.

Pedro Nuno Santos preferiu não falar “de potenciais interessados”, mas garantiu que se trata de “vários grupos de aviação, e não só”.

Além da ajuda do Estado português de 2550 milhões, a companhia aérea também deverá receber mais 107 milhões de euros que fazem parte de um apoio pedido às instituições europeias para fazer face aos danos causados pela covid-19.

Sobre esta segunda ajuda, a Comissão Europeia esclareceu que esta assumirá a forma de uma injeção de capital ou de um empréstimo que pode ser convertido em capital.

ZAP // Lusa

3 Comments

    • e o mais engraçado é que lendo a noticia lê-se que vamos lá meter mais dinheiro mas que depois entra outro “parceiro”, resultado pagamos agora para outros ficarem com uma tap já com mais capital

  1. Pelo andar da carruagem parece-me termos TAP para continuar a financiar durante muitos anos, talvez até há sua extinção, se não mudarem de métodos a exemplo daquelas que vão tendo sucesso no negócio, só com balões de oxigénio sobreviverá!

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