A companhia aérea portuguesa TAP não vai renovar os contratos a prazo a mais de 300 trabalhadores. No fim do mês, a empresa terá menos 600 trabalhadores do que o ano passado.
O Jornal Económico adianta esta sexta-feira que a TAP não está a renovar contratos a prazo desde que começou a pandemia e não deverá renovar contrato a mais de 300 trabalhadores.
Esta não renovação eleva para 900 o número de trabalhadores cujo contrato não terá sido renovado. Porém, a redução poderá ainda ser superior devido ao plano de reestruturação que deverá ser apresentado em Bruxelas.
O plano de reestruturação poderá exigir redução de rotas e frotas, levando à redução do número de trabalhadores da companhia aérea que emprega cerca de 10 mil pessoas.
No final de setembro, a companhia aérea de bandeira portuguesa terá menos 600 trabalhadores do que o ano passado.
TAP anuncia seis novas rotas
A TAP anunciou que vai voar para Ibiza, Fuerteventura e Zagreb no verão de 2021, tendo ainda previstas duas novas rotas para a Tunísia e uma para Marrocos, numa altura em que é elaborado o plano de reestruturação.
Segundo comunicado da transportadora, as novas rotas para o próximo verão enquadram-se na “estratégia de rede de conexão” entre a Europa, as Américas e África, com a companhia a “aproveitar as oportunidades de expansão sazonais para planear e otimizar a sua rede de destinos”.
A ligação a Zagreb, na Croácia, tem data de início prevista para março, enquanto os voos inaugurais para Ibiza e Fuerteventura arrancarão entre maio e junho de 2021, com a TAP a assegurar duas ligações semanais (aos sábados e domingos) entre Lisboa e Ibiza e um voo semanal (aos sábados) com Fuerteventura.
Relativamente a Zagreb, a companhia aérea prevê efetuar três voos por semana, às quartas, sexta e domingos, com saída de Lisboa às 8h e chegada à capital croata às 12h05.
A empresa adianta ainda, no mesmo comunicado, a que a Lusa teve acesso, já ter iniciado a venda de bilhetes para estes três novos destinos europeus.
O verão de 2021 vai também colocar na rota da TAP três novos destinos de praia no norte de África, nomeadamente Djerba e Monastir, na Tunísia, e Oujda, em Marrocos, com inauguração prevista entre maio e junho de 2021.
De acordo com a informação, a TAP vai passar a voar aos domingos e às sextas-feiras para Djerba e Monastir, respetivamente, com partidas de Lisboa às 9h25 e 10h e chegadas aos destinos, pela mesma ordem, às 12h30 e 12h55. Para Oujda a TAP terá dois voos semanais, aos sábados e domingos, com saída do aeroporto de Lisboa às 10h00 e chegada às 12h05.
A comercialização destes voos vai iniciar-se em 15 de setembro, segundo adianta o comunicado.
A estas novas rotas para o verão de 2021 vão juntar-se os novos destinos que a companhia tinha anunciado para este ano mas cujo início teve de ser adiado por causa da pandemia de 2021, refere a mesma nota. Em causa estão as novas ligações da TAP para Cancún, Cidade do Cabo, Agadir e Santiago de Compostela.
Este anúncio surge num momento em que o Boston Consulting Group (BCG) está a preparar o plano de reestruturação para apresentar à Comissão Europeia, contrapartida da aprovação de um auxílio estatal que pode chegar aos 1.200 milhões de euros. Segundo foi comunicado aos sindicatos representativos dos trabalhadores, a primeira versão do documento deverá estar concluída no final de outubro.
Na terça-feira, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou que o antigo presidente executivo (CEO) da companhia, Antonoaldo Neves, ainda se encontra na empresa, mas “não por muito mais tempo”.
O governante assegurou então que “até ao final do mês, já temos um novo CEO que se chama Ramiro Sequeira, que é um grande quadro português da TAP”, adiantando que a Parpública – empresa gestora de participações públicas – está a concluir um processo de seleção da empresa de “head hunting” (caça talentos) que irá escolher internacionalmente o futuro líder da TAP.
Depois de várias rondas negociais, TAP e Estado chegaram a acordo e teve o caminho livre para a compra das participações sociais, direitos económicos e prestações acessórias de David Neeleman e da Azul, pagando 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa mantém-se na companhia, com 22,5%. O negócio concretiza a posição de 72,5% do Estado na TAP.
No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.