A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta terça-feira, quatro pessoas, nas dezenas de buscas na grande Lisboa, Setúbal, Sines e Leiria, por suspeitas de corrupção de funcionários das Alfândegas. Em causa está a entrada na Europa de cocaína vinda da América Latina.
A PJ fez, esta terça-feira, dezenas de buscas, por suspeitas de corrupção na Autoridade Tributária (AT).
Em causa estão funcionários das Alfândegas suspeitos de receber subornos de traficantes para “fechar os olhos” a contentores com droga oriunda da América Latina.
De acordo com o comunicado da PJ, foram detidas quatro pessoas, duas das quais são funcionárias da AT.
O mesmo documento refere que foram constituídos 15 arguidos e apreendidos mais de meio milhão de euros em numerário, 10 viaturas e cinco armas de fogo e outras. Fonte judiciária adiantou à Lusa que cinco arguidos são funcionários da AT (incluindo os dois detidos).
De acordo com o Correio da Manhã, foram encontrados 264 quilos de droga dentro de um contentor no Porto de Sines. Junto de feijão comercializado legalmente, havia 11 sacos de droga disfarçados.
A operação Porthos investiga organizações criminosas dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína a partir da América Latina.
“Estas organizações criminosas usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores”, acrescenta a PJ.
A investigação resulta da cooperação policial internacional e em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais.
Segundo a CNN, a PJ suspeita de que funcionários da Autoridade Tributária nas Alfândegas terão sido subornados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), do Brasil, e cartéis colombianos para deixar passar a droga.
O PCC é um dos maiores grupos de máfia da América Latina. Surgiu há três décadas nas prisões de São Paulo e está presente em todo o território brasileiro e grande parte da América do Sul, especialmente Paraguai e Bolívia.
A operação visou a execução de 32 mandados de busca, dos quais 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias, para recolha de elementos de prova complementares. No terreno, estiveram 150 inspetores e peritos da PJ e quatro magistrados do Ministério Público (MP).
ZAP // Lusa