A New Horizons da NASA apanhou uma grande surpresa no Cinturão de Kuiper

JPL-Caltech / NASA

A New Horizons, da NASA, descobriu que pode haver muito mais do que pensávamos no cinturão de detritos gelados que circunda o Sistema Solar exterior.

Os dados recolhidos pela sonda New Horizons sugerem níveis inesperados de partículas onde a poeira deveria estar a diminuir.

Este indício revela que o cinturão de Kuiper se estende mais longe do Sol do que sugeriam as estimativas anteriores.

“A New Horizons está a fazer as primeiras medições diretas da poeira interplanetária muito além de Neptuno e Plutão, por isso cada observação pode levar a uma descoberta”, salientou o físico Alex Doner, da Universidade do Colorado, citado pelo Science Alert.

“A ideia de que podemos ter detetado um Cinturão de Kuiper alargado – com toda uma nova população de objetos a colidir e a produzir ainda mais poeira – é outra pista para resolver os mistérios das regiões mais distantes do Sistema Solar”, acrescentou.

O Cinturão de Kuiper aglomera uma grande variedade de objetos rochosos e gelados e já era considerado bastante grande. Começa na órbita de Neptuno, a cerca de 30 unidades astronómicas do Sol, e estende-se por uma distância desconhecida.

Contudo, até agora, os cientistas acreditavam que a região principal interna diminuía em cerca de 50 unidades astronómicas.

A New Horizons, convidada a explorar o Sistema Solar exterior, visitou Plutão, que orbita a uma distância média de 39 unidades astronómicas do Sol, em 2015 e, em 2019, passou por um estranho objeto chamado Arrokoth, que orbita a nossa estrela a uma distância média de 44,6 unidades astronómicas.

Desde então, entre distâncias de 45 e 55 unidades astronómicas, a New Horizons continuou a recolher dados, enviando-os de volta para a Terra. O mais surpreendente é que o Venetia Burney Student Dust Counter (SDC) detetou muito mais poeira do que os cientistas esperavam que houvesse àquela distância.

A fonte mais provável para a existência de poeira extra é a interação entre objetos, como colisões. Isto significa que é necessário que haja suficientes rochas geladas para que se juntem com relativa frequência.

Além disso, as observações mais recentes realizadas com telescópios começaram a sugerir que a região principal interna do Cinturão de Kuiper pode estender-se até 80 unidades astronómicas, o que significa que a descoberta é consistente com as suspeitas de que este pode mesmo ser maior do que o esperado.

A descoberta está detalhada num novo artigo científico, publicado este mês no The Astrophysical Journal Letters.

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