Supremo trava extradição de brasileiro que torturou enteada de 5 anos para garantir que não será maltratado

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António Cotrim / Lusa

Entrada do Supremo Tribunal de Justiça

O Supremo ameaça recusar o pedido de extradição das autoridades brasileiras caso não sejam dadas garantias concretas de que Rafael Freitas não será maltratado na prisão.

O Supremo Tribunal de Justiça impediu a extradição de Rafael Freitas, um homem que foi condenado pela tortura da enteada de cinco anos. Os crimes aconteceram no Brasil, o seu país natal, onde foi condenado em 2019 pelo Tribunal de Violência Doméstica de Belo Horizonte a oito anos de cadeia pela prática dos crimes de ofensa à integridade física qualificada e tortura de menor em contexto de relação familiar.

A sentença relata que o homem pisou a enteada na barriga, mordeu-a nas nádegas e queimou-a com uma colher quente. A criança entrou em coma e ficou hospitalizada durante duas semanas. A mãe tentou enganar os pediatras para encobrir o marido, alegando que os ferimentos tinham resultado de uma queda na escola, mas a criança explicou que tinha sido o padrasto a castigá-la. A menina foi retirada à mãe.

O homem acabou por fugir do Brasil e veio para Castelo Branco, onde foi encontrado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras em Fevereiro. Rafael Freitas sempre negou as acusações, excetuando as dentadas, e diz que prefere cumprir a pena em Portugal, alegando que as cadeias brasileiras não são seguras, relata o Público.

O Supremo Tribunal de Justiça deu-lhe razão, tendo em conta um relatório recente das Nações Unidas que relata as “terríveis condições de detenção na maioria dos estabelecimentos prisionais” brasileiros, incluindo falta de higiene, ventilação e acesso a água e comida e a violência entre os reclusos.

As autoridades brasileiras já garantiram que o homem não será maltratado, mas os argumentos não convencem o Supremo, que considera que “não se mostra suficiente uma declaração genérica” do sistema legal do Brasil.

Os juízes conselheiros querem que os desembargadores tenham em conta o relatório  do Comité Contra a Tortura das Nações Unidas e que sejam dadas garantias concretas do Brasil, podendo ser recusada a extradição.

O Ministério Público já contestou a decisão do Supremo, alegando que a convenção da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa “não prevê a possibilidade de recusa de extradição com fundamento no alegado funcionamento deficiente do sistema de justiça e do sistema prisional”.

ZAP //

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8 Comments

    • Mais nada!
      Ai ele prefere? os reus nao tem preferencias. Mandem-no lá para a terra dele. Falta de higiene, ventilação e acesso a água e comida que se quer e a violência entre os reclusos há em todos os países.
      Mandem-no para lá tranquilos, nao vai acontecer nada (que ele nao mereça)

    • nao tenha duvidas e pelo caminho que isto está a levar nao me admiro que façam crimes no brasil e depois fujam para portugal para cumprir pena cá

  1. O tipo tem mais é que ser torturado na proporção do que torturou a menina. Ou seja, até entrar em coma.

    Só mesmo este sistema judicial de libelinhas para estar mais preocupado em proteger um torturador de menores estrangeiro que fugiu para cá do que os nossos que precisam de apoio lá fora e nunca torturaram ninguém.

  2. Condenado no Brasil por um crime horrível. Para onde é que ele fugiu?? Para Portugal, está claro. Temos de o aturar e pagar pela estadia. Por isso é que eu pago tantos impostos. Por isso é que os portugueses têm a carga fiscal que se sabe. E está sempre a subir…

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