O Tribunal Supremo espanhol determinou esta quinta-feira que a Resistência Galega é uma organização terrorista ainda que em fase “incipiente”, numa decisão de reduz as penas impostas a quatro elementos do movimento.
Com esta resolução, que reduz as penas iniciais de entre 10 e 18 anos para entre 8 e 14 anos de prisão, o Supremo confirma o essencial da sentença inicial da Audiência Nacional.
“As provas acreditam que os acusados estavam integrados numa organização terrorista, como se demonstra pela impecável argumentação do ministério fiscal”, refere o Supremo.
Assim os quatro elementos foram condenados por delitos de integração em organização terrorista, posse de explosivos e falsificação.
Em Janeiro, fontes da luta antiterrorista espanhola explicaram que a Resistência Galega tem activos 15 membros operacionais em vários pontos da Galiza e os seus dois líderes instalados em Portugal, onde terão fabricado muitos dos engenhos explosivos usados nas últimas acções do grupo.
Os dois principais líderes da Resistência Galega, Antón García Matos e María Asunción Losada Camba estarão a viver no norte de Portugal, segundo as mesmas fontes.
Em Novembro de 2013, os serviços de informação da Polícia Nacional espanhola detectaram a compra em Portugal de pelo menos seis armas pelos principais líderes da Resistência Galega, segundo notícias da imprensa regional galega.
Entre 2005 e 2013 as autoridades espanholas detiveram 18 membros do movimento, mas destacaram a capacidade de regeneração da estrutura, que conta com suficiente apoio social em algumas zonas.
Referem em especial o apoio do autodenominado “Movimento de Libertação Nacional Galego” (MNLG) e da Assembleia da Mocidade Independentista (AMI), criada pelo próprio García Matos.
A Resistência Galega é um movimento armado, que luta pela independência da Galiza, e que foi criado em 2005, ano da sua primeira acção, quando colocou um engenho explosivo na casa de Francisco Vázquez Pereira, ex-dirigente da AMI acusado de ser delator da polícia.
Desde aí, realizou 34 acções incendiárias ou com engenhos explosivos.
Especialistas destacam que o grupo não procura causar vítimas mortais, mas sim provocar estragos materiais com fins propagandísticos.
/Lusa