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Supremo brasileiro suspende lei que autorizou uso da polémica “pílula do cancro”

Cecília Bastos / USP Imagens

Detalhe de cápsula de fosfoetanolamina, produzida em laboratório do Instituto de Química de São Carlos, em São Paulo, Brasil

Detalhe de cápsula de fosfoetanolamina, produzida em laboratório do Instituto de Química de São Carlos, em São Paulo, Brasil

O Supremo Tribunal Federal decidiu esta quinta-feira suspender provisoriamente a lei que autorizou a produção e o uso da polémica “pílula do cancro”.

A decisão do colectivo de juízes foi tomada por seis votos a favor e quatro contra.

Os quatro juízes vencidos pretendiam permitir o uso da substância apenas em doentes em estado terminal.

Na sessão, a que faltou um dos onze elementos do STF, os magistrados mantiveram suspensas as decisões judiciais que obrigavam o governo a fornecer a substância em causa, a fosfoetanolamina sintética.

O plenário respondeu assim a uma acção apresentada pela Associação Médica Brasileira, que pedia a suspensão da lei aprovada no Congresso e sancionada pela presidente agora com mandato suspenso, Dilma Rousseff, em abril.

A AMB alegou que o uso da fosfoetanolamina não tem eficácia comprovada e pode prejudicar os pacientes, ao comprometer o tratamento convencional do cancro.

A maioria dos magistrados votaram tendo em conta precisamente que não há testes científicos suficientes que comprovem que o composto seja seguro e eficaz sem colocar em risco a saúde dos pacientes.

Além disso, a norma aprovada pelo Congresso entrou na esfera de competência da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entidade responsável por autorizar substâncias médicas, considerou Marco Aurélio Mello, o magistrado relator do caso.

A lei em causa diz que a permissão do uso foi dada com “carácter excecional”, enquanto estudos clínicos são realizados.

A fosfoetanolamina foi descoberta nos anos 70 pelo médico Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado da Universidade de São Paulo, que conseguiu curar cancro em ratos.

Contudo, a substância ainda não obteve aprovação no seio comunidade científica mundial para o tratamento da doença em humanos, havendo investigadores que qeustionam a sua eficácia – e os seus efeitos.

ZAP / Lusa

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