Suíça vai transportar cargas sem condutor por baixo da terra

A Suíça vai avançar já no próximo mês com um projeto que planeia construir uma rede autónoma e subterrânea de transporte de mercadorias.

Em 2016 surgiu o Cargo Sous Terrain (CST), um conceito de túneis subterrâneos para transporte de cargas de forma automatizada. A mercadoria seria movida entre várias cidades e centros logísticos em toda a Suíça.

A ideia parecia arrojada e muitos pensavam que nunca fosse avançar. No entanto, em dezembro, o Parlamento suíço aprovou a estrutura legal necessária para permitir o transporte subterrâneo de cargas, o que significa que o projeto CST vai avançar já no dia 1 de agosto.

A ideia passa por reduzir a dependência da expansão das redes ferroviária e rodoviária. Num vídeo divulgado em 2019 pela Cargo Sous Terrain são explicadas as vantagens deste sistema autónomo de transporte subterrâneo de cargas.

O Governo suíço prevê que, nos próximos 30 anos, a quantidade de carga que necessita de ser transportada aumente 37%. Assim sendo, a atual rede de transportes seria sobrecarregada com esta demanda. Não só os produtos demorariam mais tempo a chegar aos consumidores, como também o trânsito aumentaria consequentemente.

O CST resulta de um esforço colaborativo de várias empresas suíças envolvidas nos setores de transportes, logística, retalho, telecomunicações e energia. O conceito utiliza o princípio dos sistemas de transporte automático para conectar os polos produtivos e logísticos aos centros urbanos, explica a Interesting Engineering.

O transporte de mercadorias é feito através de veículos movidos a eletricidade, que se deslocam a uma velocidade constante de 30 km/h. As rotas usadas também têm em atenção a eficiência, de forma a evitar viagens individuais da rede de cada fornecedor.

A rede de túneis subterrâneos vai ter 500 quilómetros e vai-se prolongar de St. Gallen, no nordeste do país, até Genebra, no sudoeste. Inicialmente, a primeira fase do projeto visa apenas 70 quilómetros entre Härkingen-Niederbipp e Zurique.

O percurso será intercalado por dez centros logísticos para fazer a recolha de mercadorias, calculando-se que fique concluído em 2031.

O custo estimado do projeto para esta fase-piloto é agora de 3 mil milhões de dólares, com o custo total do projeto a subir para os 35 mil milhões de dólares.