Luz, gás, supermercado sobem de preço. Gasóleo aumenta 14 cêntimos

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Marcelo Camargo / ABr

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o barril de petróleo atingiu máximos, o gás chegou a valores recordes, a eletricidade escalou e o preço de vários alimentos agravou-se. Inevitavelmente, as consequência da guerra vão atingir o bolso dos portugueses.

O ECO começa a análise pelo petróleo, salientando que o Brent está a negociar em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, acima dos 110 dólares. Tal terá impacto no gasóleo e na gasolina em Portugal.

O secretário-geral da Apetro afirmou, esta quinta-feira, que haverá “ajustes nos preços” na próxima segunda-feira, com base nas cotações médias dos produtos refinados, já depois de os preços do gasóleo e da gasolina terem subido mais de dois cêntimos esta semana.

Entretanto, a Lusa noticia, esta manhã, que os preços do gasóleo e da gasolina vão disparar com subidas superiores a 14 e oito cêntimos por litro, respetivamente, acompanhando a subida das cotações dos produtos petrolíferos nos mercados internacionais, segundo fontes do setor.

De acordo com os preços de referência da Entidade Nacional para o Mercado Energético (Ense), o preço médio do gasóleo simples é hoje de 1,754 euros por litro e deverá a partir de segunda-feira chegar perto dos 1,90 euros por litro, enquanto o preço médio da gasolina 95 – atualmente em 1,795 euros por litro – atingirá os 1,88 euros por litro.

Assim, na próxima semana, o preço médio do gasóleo deverá ultrapassar o da gasolina.

A tendência de subida vai refletir-se também no gás de botija. Os preços do gás engarrafado são livres pelo que o impacto não deve tardar a chegar. Já no que concerne ao gás natural, que funciona como a eletricidade, há um mercado regulado com preço estabelecido pela ERSE e um mercado liberalizado onde o preço é definido pelos fornecedores de forma livre e em concorrência.

A ERSE revê de três em três meses as tarifas do gás no mercado regulado, pelo que um aumento pode estar para breve.

No caso da eletricidade, nomeadamente mercado regulado em que o preço é fixado pela ERSE, pode haver uma atualização extraordinária trimestral (neste caso, para abril e depois em julho).

Contudo, neste capítulo entram as medidas que o Governo está a preparar que podem atenuar ou anular esta subida de preço. O Executivo de António Costa vai disponibilizar 150 milhões de euros do Fundo Ambiental para reduzir os custos de acesso à rede que constam da fatura da eletricidade.

No mercado liberalizado, a questão é mais complexa: há casos em que o preço fixado é garantido durante um ano, mas o comercializador pode alterá-lo consoante as oscilações dos preços no mercado, ainda que tenha de avisar com pelo menos 30 dias de antecedência.

A fatura do supermercado vai também aumentar, como consequência do aumento do custo da energia, da seca severa ou extrema e da invasão russa na Ucrânia, já que estes dois países são dos principais fornecedores mundiais de cereais.

Apesar de parecer inevitável um aumento de preços, dependendo dos produtos que consome, não se sabe quando irá acontecer.

Antes de a guerra ter despoletado, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, disse à Lusa que a subida dos preços estava “na ordem dos 10% nalguns casos”, referindo-se aos cereais, carne, arroz, massas, entre outros produtos.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Quando tudo parar , fica o problema resolvido , é o que acontece com uma guerra alarga escala . Covid + guerra na UE , é a tempestade perfeita !….nunca pensei assistir a novo conflito com inicio no Leste da Europa , mais uma vez !

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