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Sporting vs Santa Clara | Raphinha carrega “leão” tímido

Tiago Petinga / Lusa

O Sporting arrancou esta 26ª jornada da Liga NOS com uma vitória caseira sobre o Santa Clara. A formação lisboeta dominou, em especial na primeira parte, mas só na segunda mostrou alguma clarividência ofensiva.

Ainda assim só conseguiu marcar um golo, perante uma formação açoriana que assumiu as despesas atacantes a partir da hora de jogo, mas não foi capaz de criar situações de perigo suficiente que garantissem sequer o empate.

O Jogo explicado em Números

  • Primeiro quarto-de-hora de toada morna em Alvalade. Naturalmente mais Sporting em termos de posse de bola (74%), mas dificuldades para os homens da casa em encontrar espaços para o remate, registando somente dois nesta fase, ambos sem a melhor direcção. Destaque para os cinco cantos do “leão” nesta fase, contra nenhum do Santa Clara.
  • Poucas alterações no pendor do jogo à chegada da meia-hora, com o Sporting a chegar aos cinco disparos, mas a registar tantos enquadrados quanto o Santa Clara: um. Os visitantes acertaram na baliza na primeira e única tentativa, enquanto os “leões”, devido ao seu jogo pelos flancos, continuavam a somar cantos, chegando aos oito nesta fase.
  • Idrissa Doumbia, com 93% de eficácia de passe, sucesso nas três tentativas de drible e dois desarmes, ia-se destacando nos ratings, com 5.8, sendo que o melhor do Santa Clara era o central Fábio Cardoso, com 5.7, fruto, fundamentalmente, de oito alívios.
  • Por volta dos 40 minutos, o Santa Clara registava somente uma acção com bola dentro da área leonina, por Martin Chrien. Porém, tendo em conta a superioridade e o volume ofensivo, as dez acções do Sporting na área açoriana demonstravam também as dificuldades de penetração dos homens da casa.
  • O nulo ao descanso era reflexo de um jogo sem intensidade, apesar do domínio do Sporting, e da forma competente como o Santa Clara fechava todos os caminhos para a sua grande área. Ainda assim, os “leões” chegaram aos dez remates, três enquadrados, com destaque para a superioridade total nos duelos individuais (30 ganhos contra 17 dois visitantes), e para os nove cantos dos anfitriões. O melhor em campo ao intervalo era o brasileiro Raphinha. O extremo brasileiro registava um GoalPoint Rating de 6.6, com três remates, três passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em cinco e dois dribles completos em três.
  • O jogo recomeçou de forma bem mais movimentada, com Raphinha a obrigar Marco a grande defesa, aos 47 minutos. Na resposta, Chrien esteve perto de marcar, mas o seu remate embateu nas costas de Mathieu quando se encaminhava para a baliza de Renan Ribeiro.
  • No ar ficava a ideia de que o golo era uma questão de tempo e este aconteceu aos 59 minutos, com protagonistas mais ou menos óbvios. Bruno Fernandes fugiu pela esquerda, recebendo um lançamento de linha lateral longo, e serviu Raphinha. O brasileiro, ao segundo poste, atirou a contar. Um golo que surgiu ao 13º remate leonino no jogo, sexto enquadrado.
  • O Sporting surgiu no segundo tempo com um futebol bem mais criterioso, como demonstra a maior eficácia de remate. Por volta dos 70 minutos, os “leões” somavam cinco disparos desde o intervalo, três deles com a melhor direcção, ainda que a posse de bola tenha caído consideravelmente, para cerca de 54%.
  • Após o golo sofrido, o Santa Clara assumiu o jogo, com mais posse, efeito claro da maior certeza no passe, que passou de 66% no primeiro tempo para 81% no segundo, mas também devido à maior agressividade nos duelos, ganhando 63% deste o intervalo.
  • Apesar dos sete remates enquadrados em 16 tentativas por parte do Sporting, esses disparos não eram particularmente perigosos, pelo que por volta dos 80 minutos os expected goals (xG) leoninos não passavam do 1,0, contra o 0,3 dos açorianos que somavam apenas um enquadrado em cinco.
  • O jogo encaminhava-se para o fim, com o Santa Clara num último esforço para chegar ao empate, mas o Sporting conseguiu controlar bem a movimentação contrária e segurou a vantagem, apesar de ter terminado o segundo tempo com menos bola que o seu adversário.

O Homem do Jogo

Desde o início da partida que Raphinha começou a demonstrar ser dos mais esclarecidos em campo. O extremo mostrou uma vivacidade acima de todos os outros e foi o melhor em campo em Alvalade, com um GoalPoint Rating assinalável, de 8.5. O brasileiro fez o único golo da partida, sendo, a par de Bruno Fernandes, o mais rematador, com quatro disparos (ninguém enquadrou mais do que ele, mais concretamente três). Para além disso, registou quatro passes para finalização, teve eficácia em dois de seis cruzamentos e completou quatro de sete tentativas de drible.

Jogadores em foco

  • Bruno Fernandes 7.2 – Desta feita o médio não foi o melhor do Sporting, mas voltou a exibir-se a grande nível. Bruno fez a assistência para o único golo do jogo, num total de quatro passes para finalização, registou quatro remates (dois enquadrados) e foi o mais interventivo, com 94 acções com bola. Pecou apenas nas perdas de bola, com 30.
  • Idrissa Doumbia 6.4 – O costa-marfinense esteve sempre muito consistente no meio-campo leonino. Para além de um passe para finalização, o médio completou 29 de 30 passes, teve sucesso em três de quatro tentativas de drible, recuperou sete vezes a posse de bola e foi o jogador com mais desarmes, seis.
  • Marco 6.3 – O melhor do Santa Clara foi o seu guarda-redes. Marco teve bastante trabalho devido aos sete remates enquadrados do “leão”, terminando com seis defesas, duas a remates dentro da sua grande área e duas seguras.
  • Kaio Pantaleão 6.3 – Apenas três centésimas abaixo ficou o colega de equipa Kaio. O “trinco” brasileiro esteve muito bem nos momentos defensivos, somando 12 recuperações de posse (máximo a par de Marcos Acuña) e 16 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções e três bloqueios de passe.
  • Wendel 5.8 – O médio leonino continua a mostrar as mesmas qualidades ofensivas, mas as mesmas lacunas defensivas. Ao todo, o brasileiro fez três passes para finalização, um remate, e no trabalho colectivo ficou-se pelas nove recuperações, não passando das três acções defensivas.

Resumo

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