Soldados israelitas estão a ajudar a extrema-direita a bloquear carrinhas com ajuda para Gaza

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Abir Sultan / EPA

Soldados de Israel na Faixa de Gaza

Grupos de colonos israelitas confirmam que recebem informações dos soldados sobre a localização dos camiões com ajuda humanitária destinados à população de Gaza.

Há membros das forças israelitas que estão a colaborar com colonos e grupos de eextrema-direita para o bloqueio e vandalismo de carrinhas que levam bens essenciais para a Faixa de Gaza.

De acordo com fontes ouvidas pelo The Guardian, os soldados informam os colonos sobre a localização das carrinhas e dos camiões, permitindo que estes bloqueiem a sua passagem e agravem a crise humanitária na região.

O principal grupo israelita por trás desses bloqueios, o Tzav 9, confirmou que está a obstruir a passagem dos camiões desde janeiro, alegando que a ajuda está a ser “sequestrada” pelo Hamas.

“Quando a missão de um políca ou de um soldado é proteger os israelitas e em vez disso está a ser enviado para proteger ajuda humanitária sabendo que vai acabar nas mãos do Hamas, não os podemos culpar ou os civis que reparam nos camiões a passar pelas suas vilas e dão informações a grupos que tentam bloquear essa ajuda. Sim, algumas das nossas informações vêm de membros das forças israelitas“, admite Rachel Touitou, porta-voz do Tzav 9.

Já vários vídeos e fotografias mostraram incidentes de colonos a vandalizar os transportes com ajuda, incluindo um incidente no posto de controlo de Tarqumiya, onde os bens foram atirados ao chão e os camiões foram incendiados. Este incidente gerou uma ampla condenação, incluindo da Casa Branca.

Os motoristas de camiões palestinianos descreveram estes ataques como “bárbaros”, destacando a inação dos soldados israelitas que estavam presentes mas não intervieram.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) também já confirmaram foram abertos processos disciplinares contra dois soldados do Comando da Frente Interna que recusaram ordens para retirar manifestantes que bloqueavam camiões de ajuda.

Esta alegada colaboração entre o exército e os colonos tem sido uma questão de longa data, como evidenciado por incidentes passados, como a condenação do cabo da IDF Elad Sela em 2016 por passar informações classificadas a extremistas.

Adriana Peixoto, ZAP //

3 Comments

  1. Povo que se diz perseguido e massacrado pelos nazis e atualmente promovem a mesma carnificina com o povo Palestino. O sofrimento não lhes valeu qualquer aprendizado moral e espiritual. São seres que irão cada vez mais sofrer até que um dia comecem a entender o que significa amor e perdão.

  2. E depois vem o outro dizer que as acusações de genocídio não têm qualquer fundamento, quando até o próprio povo está envolvido. Nunca vi tal coisa. Mas os outros é que são antissemitas por apontarem o dedo a estas ações reprováveis. Usam o holocausto como desculpa para fazerem tudo o que lhes apetece. Um povo que é expulso de outro país mais de 100 vezes … de quem é a culpa afinal? Fazem-se de vítimas mas nunca explicam o motivo de o serem. Não lhes convém.

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