Os guerreiros bárbaros ficavam “mocados” com drogas antes das batalhas contra os romanos

// Stanislav Kontny / Praehistorische Zeitschrift

Os soldados utilizavam pequenas colheres nos cintos militares que os cientistas acreditam que eram usadas para dosear estimulantes.

Segundo um novo estudo, recentemente publicado na Praehistorische Zeitschrift, os antigos guerreios bárbaros poderão ter utilizado pequenas colheres ornamentadas para consumir estupefacientes antes de entrar em combate contra o exército romano.

Com um objetivo semelhante ao dos estimulantes modernos, estes utensílios foram provavelmente concebidos para administrar substâncias psicoativas como o ópio, a canábis ou fungos alucinogénios, aumentando a coragem e a energia dos guerreiros.

O estudo analisou 241 pequenas colheres encontradas em 116 sítios arqueológicos na Escandinávia, Alemanha e Polónia, que remontam ao período romano. Medindo entre 40 e 70 milímetros de comprimento, estas colheres eram normalmente presas aos cintos dos homens juntamente com armas e equipamento militar, o que sugere que desempenhavam um papel na guerra. Os investigadores excluíram utilizações alternativas, como fins médicos, com base no tamanho e design únicos das colheres.

Os bárbaros, um termo utilizado para descrever culturas tribais como os grupos germânicos, celtas e trácios para além das fronteiras do Império Romano, podem ter tido acesso a uma vasta gama de substâncias psicoativas. Embora não se saiba ao certo que drogas eram consumidas, plantas como a beladona e a trombeta do diabo, bem como os cogumelos mágicos e o fungo da cravagem, estavam disponíveis na Europa durante este período, explica o IFLScience.

As sementes venenosas de henbane, conhecidas por induzirem a raiva e consumidas em rituais romanos, também podem ter sido usadas, possivelmente influenciando a reputação temível dos berserkers nórdicos.

Os investigadores propõem que estes narcóticos ajudavam os guerreiros bárbaros a superar o medo e a manter a energia durante as batalhas. As colheres podem ter sido concebidas para dispensar doses precisas, evitando overdoses acidentais que poderiam prejudicar o desempenho.

As descobertas sublinham o papel potencial do consumo de drogas na guerra antiga, não só entre os bárbaros, mas em vários exércitos durante a era romana. Os investigadores sugerem que o fornecimento destas substâncias poderia ter apoiado uma rede comercial significativa, alimentando mercados de droga lucrativos para satisfazer a procura militar.

ZAP //

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