Numa rotina preenchida por estímulos a cada segundo, há quem prefira parar e ficar a olhar para a vida selvagem. Sem edições, sem “espectáculo”.
Entramos num transporte público e só vemos pessoas “coladas” ao telemóvel a ver actualizações nas redes sociais.
Estamos num convívio entre amigos e há sempre algum ou alguns que não resistem e pegam no telemóvel para mostrar um vídeo.
Há uma reunião familiar mas os mais novos estão sempre a jogar no telemóvel.
Ou então, nem reparamos em nada disso porque nós próprios estamos a fazer o mesmo.
Numa rotina preenchida por estímulos a cada segundo, há quem prefira parar e ficar a olhar para a vida selvagem. Sem alterações, sem “espectáculo”.
É o caso da Suécia, onde um dos programas televisivos preferidos dos locais é ver imagens da vida selvagem em directo, não editadas – sabemos que programas sobre vida selvagem têm muito “dedo” humano, que provoca propositadamente as interacções entre animais.
É a slow TV, ou televisão calma. Os suecos adoram ver isto, partilha o canal Euronews. Hora a hora, dia a dia, semana atrás semana.
Estes nórdicos apreciam sobretudo a migração dos alces. Ficam a ver, em directo, 30 câmaras colocadas em diferentes áreas de passagem, que registam a migração.
“É todo o conceito de estar sentado a ver, sem que nada aconteça durante horas e horas. E acho que isso pode ser bastante mais saudável para mais pessoas e não apenas para nós”, analisou Anders Lindberg, colunista do jornal sueco Aftonbladet.
A calma, a tranquilidade, afinal não surgem apenas quando estamos na natureza; este “comprimido anti-stress” também pode ser tomado em frente a uma televisão.
Será que resultaria em Portugal, um país onde se dá prioridade a novelas pouco slow?