O governo brasileiro de Jair Bolsonaro chocou o mundo liberal com a sua visão de direita e com os esforços para bloquear uma agenda progressista que protegesse as minorias e os direitos humanos. Em janeiro, o único congressista declaradamente homossexual do Brasil, Jean Wyllys, deixou a política – e o país -, “temendo pela vida e pelo atual clima hostil”.
E se essa visão não fosse apenas temporária ou minoritária, mas sim algo mais longo, popular e generalizado?
No Brasil, existe “toda uma faixa dos media está agora dedicada à proliferação de visões conservadoras e valores evangélicos cristãos”. Esses sites, que compartilham as chamadas “notícias do evangelho”, contam histórias populares sobre ativistas anti-aborto e as “conversões” de homossexuais em heterossexuais, indica um artigo do Raw Story.
À medida que a maioria católica do país encolhe, o número de evangélicos cresce: em 2010, cerca de 22% dos brasileiros eram evangélicos, em comparação com 6,6% em 1980. De facto, a comunidade evangélica brasileira é a “mais influente na América do Sul”, com muita das informações que consomem a vir de sites de notícias sobre o evangelho.
Segundo o investigador Helton Levy, da City, Universidade de Londres, autor do artigo divulgado pelo Raw Story, as primeiras pesquisas que realizou nesses sites de notícias do evangelho, em 2008, levaram-no a descobrir que os mesmos estavam a crescer em popularidade e sofisticação.
Uma década depois, em 2018, alguns têm até 20 milhões de visitantes por ano. À medida que o Brasil se torna mais conservador – uma pesquisa de 2016 revelou que 54% dos brasileiros têm um alto número de opiniões tradicionalmente conservadoras, 5% a mais do que em 2010 – essa tendência deve aumentar ainda mais, apontou o investigador.
Esses sites, como o Gospel Prime ou o Gospel +, têm vindo a “construir” os seus leitores há anos. O seu conteúdo pretende interpretar as notícias diárias, mas os seus valores são “amplamente distintos” dos de uma organização de notícias sem orientações religiosas.
Helton Levy referiu que, nos mesmos, podem ser encontrados textos com uma forte inclinação para temas bíblicos, histórias sobre Israel ou sobre novas descobertas arqueológicas. Os direitos LGBT, o aborto e a legalização das drogas são regularmente enquadrados como ameaças ao modo de vida brasileiro.
De 2008 a 2019, esses sites passaram de “fóruns obscuros” para meios de comunicação profissionalizados, tendo moderado o seu discurso e aumentado as receitas publicitárias. Existe, inclusive, a Academia Brasileira de Blogueiros Evangélicos, que tem como objetivo apoiar o trabalho de novos criadores de conteúdo, contou.
Entender o crescimento e a trajetória destes meios é importante visto que “a visão evangélica pode afetar as opiniões e o comportamento de milhões de pessoas” sobre as decisões políticas – desde os direitos humanos até às mudanças climáticas -, sobre as quais Jair Bolsonaro adotou, até agora, uma “linha dura”, indicou o investigador.
Geralmente, apontou Helton Levy, esses sites relatam as questões como se estivessem numa comunidade fechada, com uma suposta “agenda familiar” conservadora, anti-aborto e anti-LGBT. Cobrem reuniões das igrejas e relatam sobre a vida quotidiana de políticos evangélicos, comentando uma série de tópicos locais e internacionais.
A sua mensagem é refletida na política. Isso verificou-se quando a atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, que é também evangélica, disse que “os meninos usam azul e as meninas usam rosa”.
Outro exemplo da aliança entre o governo de Bolsonaro e os líderes evangélicos, apontou o autor do artigo, prende-se com o plano para transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém. A administração do presidente norte-americano Donald Trump, que também tem fortes laços com os evangélicos, já o fez.
Para Helton Levy, o problema com as notícias do evangelho não é a falta de base factual nas suas histórias, mas sim a “priorização dogmática de certos factos” e a forma como isso pode “afetar as comunidades frágeis e a trajetória da política do país”.
E exemplificou: esses sites “foram rápidos em fazer campanha para que Marco Feliciano presidisse a comissão de Direitos Humanos no congresso. Sendo um pregador evangélico de opiniões fortes, assumiu muitas posições inflamatórias”, chegando a afirmar que “Deus matou John Lennon”. Embora a sua presença seja controversa, “recebe elogios nesses sites pelo que diz ou faz”.
“É claro que esses sites desempenham um papel importante para os evangélicos, dando-lhes a representação mediática que desejam. Por décadas, os seguidores das principais igrejas evangélicas têm sido vistos no Brasil como fanáticos, em muitos casos pela comunicação social”, notou o investigador.
Contudo, os seus valores noticiosos colidem com uma agenda mais progressista, que apoia a emancipação e a defesa das minorias. “As mensagens não democráticas merecem mais atenção – e devem ser mais responsáveis -, principalmente numa sociedade tão diversa quanto a do Brasil”, concluiu.
Padrão clássico, religião a atrasar o progresso e avanço da humanidade.
Moldam a visão??Em que mundo vocês vivem..Já foram mordidos pelo virús socialista…
Não tem como fazer matéria menso tendenciosa??
Jena Wilis fugiu para criar uma narrativa…Só isso..
Se atrasar o progresso da humanidade é manter a educação os costumes, seja. Há que parar a principal crise da humanidade, que advém da falta de valores… E não me refiro aos da bolsa!
vai dizer isso aos Noruegueses, dinamarqueses, Suecos e tantos outros países com um nível económico e social ao qual o brasil nunca chegará. o brasil já estava a milhões de anos luz do nível de qualidade de vida humana básica e por este andar dentro de pouco tempo só vai ter boieiros, cabreiros e missas (cultos) campais orientados pela retrogada ministra azul-rosa a atrasada mental enviada pelo deus da iurd para orientar tótós na travessia do deserto, qual moisés dos xenófobos retardados.
Basta ler os comentários que alguns brasileiros aqui escrevem, para ser perceber que vivem numa espécie de realidade paralela onde é tudo conspirações e os deuses e a Bíblia estão acima de tudo!!
E ver um louco como o Bolsonabo ser eleito por pessoas ignorantes aconselhadas por pastores da IURD e companhia, tambem já mostra o estado a que chegou a cultura/educação de boa parte dos brasileiros!…
aonde existe ignorancia , essas religioes prosperam ,basta ver a maioria dos crentes sao pessoas com niveis de educaçao abaixo da media e gente bastante ignorante ,quem duvidar, basta falar com eles
Quanta porcaria! Eu não sou evangélico, sequer sou religioso, meu voto foi para o Bolsonaro e estou apoiando o governo.
A cultura e a sociedade brasileira foi DIZIMADA nos últimos 31 anos, todos governos socialistas e comunistas que acabaram com o país e roubaram nossas riquezas.
Nós, brasileiros honestos e trabalhadores, gritamos BASTA, e Jair Bolsonaro é o nosso representante desta nova era anti bandidos.