De acordo com Paulo Moniz, especialista em comunicações de emergência, Portugal está “praticamente ao mesmo nível de fragilidades do que nos incêndios de 2017”.
“A partir do momento em que se entra em estado de emergência deve ser a rede SIRESP que, em última instância, será utilizada para coordenar todas as forças e esforços de auxílio de emergência e segurança do país”, disse o deputado do PSD, em declarações ao Diário de Notícias.
Paulo Moniz fez parte de um grupo de trabalho da Anacom, na sequência dos incêndios de 2017, com o objetivo de propor um conjunto de medidas para aumentar a resiliência das redes de comunicações.
Porém, quase três anos depois dos grandes fogos florestais, pouco parece ter mudado. O deputado do PSD afirmou ao Diário de Notícias que as 27 recomendações dadas após os incêndios não foram postas em prática e que essa responsabilidade é do Governo. “Tanto quanto sei, nenhuma das medidas mais importantes foi implementada, efetivamente, no terreno”, conclui.
Paulo Moniz sublinha que nem algumas das 47 propostas feitas pelo grupo de trabalho do próprio Ministério da Administração Interna acabaram por sair do papel. Por exemplo, este é o caso da aquisição de mais geradores, do reforço da cobertura na Madeira e Açores ou dos equipamentos técnicos para medir no terreno os reais níveis de sinal/cobertura.
Assim, segundo Paulo Moniz, o SIRESP está com o “mesmo nível de fragilidades do que nos incêndios de 2017”: com os “níveis de robustez, fiabilidade e resiliência das redes de comunicações públicas” semelhantes aos daquela altura.