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A Terra está a ser bombardeada com misteriosos sinais de rádio extraterrestres

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pelosbriseno / Flickr

Radiotelescópios do Observatório Very Large Array (VLA) no Novo México, EUA.

No deserto australiano, há um novo observatório a fazer História. Em pouco mais de um ano, o Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP) detetou 20 sinais cósmicos misteriosos conhecidos como rajadas rápidas de rádio (FRB) – o fenómeno continua a intrigar os cientistas. 

Segundo o Science Alert, estes sinais não pertencem à famosa fonte de rádio-frequência FRB 121102, são rastos completamente novos, oriundos de novas fontes.

Com os 20 novos sinais agora detetados, o número número de rajadas rápidas (fast radio bursts ou FRB) registadas em todo o mundo quase duplicou em apenas um ano – a Terra está a ser bombardeada com luz invisível e os cientistas não sabem porquê.

Os novos sinais de rádio identificados, notam os cientistas no artigo publicado nesta semana na revista científica Nature, incluem ainda as explosões de rádio mais rápidas e mais próximas até agora detetadas.

As rajadas rápidas de rádio são um dos fenómenos mais intrigantes de todo o Universo. Estes sinais cósmicos são extremamente poderosos, podendo mesmo gerar tanta energia como centenas de milhões de sóis. Apesar da sua energia, estas emissões são breves e pontuais, sendo, por isso, difícil de as detetar e estudar diretamente.

Ou seja, os cientistas não conseguem “prever” a observação destes fenómenos. A menos que um radiotelescópio – com um campo de visão relativamente estreito – esteja direcionado exatamente na área exata do céu em que essa explosão é dispara, o sinal cósmico é perdido.

A primeira vez que os astrónomos começaram a falar sobre estas misteriosas manifestações de rádio foi em meados de 2007, quando os cientistas observaram acidentalmente pulsos de rádio através do radiotelescópio Parkes, na Austrália. Agora, com a nova investigação, o número de sinais disparou.

“Encontramos 20 rajadas rápidas de rádio num ano, quase duplicando o número de todas as emissões já detetadas em todo o mundo desde que foram descobertas em 2007″, explicou o Ryan Shannon, da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália.

Até então, só tinham sido detetadas 22 rajadas rápidas de rádio. Em apenas um ano, este observatório australiano registou quase tantos sinais como o resto do mundo em 10 anos – o ASKAP está literalmente a fazer História.

“Através da nova tecnologia do ASKAP, também provamos que as rajadas rápidas estão a chegar do outro lado do Universo, e não da nossa vizinhança galáctica”, adiantou ainda o astrofísico em comunicado.

A ASKAP está localizado no Murchison Radioastronomy Observatory (MRO) da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth da Austrália, na Austrália Ocidental, e é um precursor do futuro telescópio Square Kilometer Array (SKA). O SKA será capaz de observar um grande número de explosões de rádio rápidas, permitindo aos astrónomos estudar o Universo primitivo em detalhe.

A amostra destas ondas de rádio cósmicas disparou e, a partir daí, os cientistas podem ficar mais perto de descobrir a sua misteriosa origem – até lá, terão de ficar atentos.

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