Shinzo Abe vence legislativas no Japão mas sem votos suficientes para reforma constitucional

CSIS / Flickr

Shinzo Abe, Primeiro-ministro do Japão

A coligação política do primeiro-ministro japonês venceu as eleições parciais de domingo, mas sem conseguir os dois terços necessários na câmara alta do parlamento para levar avante uma reforma constitucional.

Dos 124 lugares que foram a votos, 71 terão sido conquistados pelo conservador Partido Liberal Democrático, de Shinzo Abe, e pelo seu aliado político, Komeito, de acordo com os resultados compilados e divulgados pelo canal público de televisão NHK.

As eleições de domingo foram convocadas para eleger metade dos parlamentares que compõem o Senado, a câmara alta do parlamento nipónico (Dieta). A restante composição será eleita num escrutínio agendado para 2022.

Assim, e apesar de garantir a maioria naquele órgão legislativo (141 lugares num total de 245), Abe não alcançou o número de assentos necessários para poder pressionar uma revisão constitucional.

O objetivo de Abe é emendar a Constituição, adotada depois da Segunda Guerra Mundial, para alterar o carácter pacifista e também para que as forças militares, atualmente denominadas Forças de Autodefesa, tenham um papel mais ativo.

Esta alteração tem de ser aprovada por ambas as câmaras e submetida a referendo.

Embora na câmara baixa, Abe e os aliados assegurem dois terços dos lugares, o mesmo não vai acontecer na câmara alta, desde a votação deste domingo.

“A eleição para a câmara alta não foi realizada para ganharmos dois terços dos assentos, foi para manter a estabilidade“, relativizou Abe, em declarações a outra televisão nipónica.

“Acredito que o povo escolheu a estabilidade política, exortando-nos a seguir as nossas políticas e a realizar a diplomacia para proteger os interesses nacionais do Japão“, afirmou o político.

Abe está no poder há seis anos e meio e está prestes a tornar-se num dos líderes políticos japoneses há mais tempo no Executivo.

Além do artigo pacifista da Constituição japonesa, um novo aumento do imposto sobre o consumo, previsto para outubro próximo e a reforma e a sustentabilidade do sistema nacional de pensões foram alguns dos assuntos que dominaram a campanha eleitoral.

ZAP // Lusa

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