A inspiração para o futuro das turbinas eólicas pode estar nas asas de condor.
O design das turbinas eólicas está – como é apanágio de qualquer tecnologia – em constante evolução.
Um grupo de investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, propôs-se a revolucionar a forma como se cria energia eólica, através do formato das pás das turbinas.
O estudo, publicado recentemente na Energy, sustenta que o segredo para uma maior eficiência está nas asas do condor-dos-Andes.
E porquê?
As extremidades das asas condor-dos-Andes têm pontas voltadas para cima – o que ajuda a maximizar a elevação.
Como explica a New Scientist, características semelhantes às das asas deste tipo de espécies – conhecidas como winglets – já costumam ser utilizadas nas asas dos aviões.
No entanto, este tipo de engenharia nunca foi testada nas pás das turbinas utilizadas na produção de energia – e é aí que os investigadores querem chegar.
A relevância de usar condor-dos-Andes na experiência acresce pelo facto de ser a ave voadora mais pesada do mundo, conseguindo percorrer grandes distâncias apesar dos seus cerca de 15 quilos.
Uma simulação computorizada revelou que estes winglets reduziriam a resistência e, em média, aumentariam a eficiência em 10%.
Além disso, o líder da investigação, Khashayar Rahnamaybahambary, explica que os winglets permitem às turbinas melhorar a resistência, “captando mais energia eólica, e minimizando as perdas”.
O melhor disto tudo é que não será necessário trocar as pás – mas apenas adaptar e instalar os winglets nas suas extremidades “como se fosse uma meia”.
A New Scientist sabe que os investigadores já a desenvolver uma instalação experimental para testar um modelo de winglet numa turbina eólica.
Como se percebe, afinal, ser ecológico “é ter asas de condor”.
E se Florbela Espanca reescrevesse o seu poema Perdidamente?