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A semana de quatro dias de trabalho funciona? Eis os primeiros resultados

A semana de quatro dias de trabalho já foi implementada em algumas empresas. Mas será que este modelo funciona? Os funcionários da 360imprimir.pt indicam que trouxe benefícios e que só voltam ao antigo modelo, de cinco dias, caso haja um aumento de 30% no vencimento.

Segundo noticiou esta terça-feira a CNN Portugal, citando um novo estudo relativo aos primeiros três meses do novo regime, na referida empresa os funcionários estão menos ansiosos, têm um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional e mais vontade de continuar a trabalhar a longo prazo.

Em relação à produtividade, o volume de trabalho caiu menos do que a redução efetiva da carga horária, com a passagem de 40 para 36 horas semanais – a carga horária foi reduzida em 7% e o volume de trabalho caiu 6,4%. Houve, assim, um aumento de 0,6 pontos percentuais na produtividade.

“É um custo que compensa os benefícios do modelo”, indicou o presidente executivo da empresa, Sérgio Vieira.

A taxa de saída caiu 35% e nove em cada dez trabalhadores imaginam-se daqui a um ano na empresa ou a recomendá-la. “A retenção é aquele fator que nos cria mais expetativas, porque as saídas têm custos inerentes, é necessário formar, e a produtividade acabar por ser impactada”, indicou o responsável.

Após as mudanças, a empresa registou um aumento de 297% no número de candidaturas. “Aliando à taxa de respostas a contactos especializados e à qualidade do talento que nos tem chegado, mostra que o modelo tem relevância na captação de talento”, acrescentou.

Dos funcionários da 360imprimir.pt, 98% aderiam ao novo modelo – trabalham quatro dias por semana, durante nove horas, em teletrabalho. Nas semanas em que há feriado, este funciona como o dia livre, assegurando-se sempre os quatro dias.

Notou-se nesta primeira avaliação um melhoria de 4% no índice de stress, fadiga e ansiedade. Mais de oito em cada 10 funcionários afirma passar mais tempo com a família e amigos – e 755 dizem que seria necessário um aumento salarial de pelo menos 30% para voltar ao modelo de cinco dias de trabalho.

No caso da chefia, 88% reconhecem estar satisfeitas com o desempenho das suas equipas, mas 30% realçam que as equipas não produzem o mesmo.

Já no que toca ao absentismo, as melhorias esperadas não se verificaram. “A nossa expetativa seria que as pessoas programassem as ausências, como uma ida ao dentista, para o dia livre”, disse Sérgio Vieira.

O responsável referiu ainda que os dados deste primeiro estudo podem não representar “o patamar de aterragem que vamos observar com o passar do tempo”, admitindo “enviesamentos e flutuações” ao longo das próximas edições do estudo.

A empresa manteve o salário dos funcionários. Para compensar a perda do subsídio de alimentação com a existência de menos dias trabalhados, o salário foi aumentado na mesma proporção. foi atribuído ainda um subsídio de teletrabalho.

ZAP //

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