E se a teoria da selecção natural estiver errada? Novo estudo contraria a hipótese de Darwin

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Tim Schoon / University of Iowa

Comparação de crânios de homo sapiens (esquerda) e neandertal (direita)

A investigação debruçou-se sobre uma mutação genética comum na África subsariana que nos protege da malária e concluiu que as mutações não são completamente aleatórias — o que contraria a hipótese Darwinista.

Um novo estudo publicado na Genome Research vem pôr em causa a teoria da selecção natural de Darwin, que muitos já tomavam como facto, e pode revolucionar a história da evolução humana, nota o Ancient Origins.

Os investigadores do Gana e da Universidade de Haifa, em Israel, detalham que as mutações foram classificadas erradamente como aleatórias ou acidentais, sendo esta classificação essencial para suportar a teoria da evolução Darwinista.

Os cientistas provaram que estas mutações podem não ser aleatórias, mas antes “uma resposta mutacional directa e a longo prazo à pressão ambiental”, usando como exemplo a mutação HbS na hemoglobina humana, que nos protege contra a malária.

“Os resultados mostram que a mutação HbS não é gerada aleatoriamente, mas que se origina preferencialmente no gene e na população onde a sua adaptação é significativa. Colocamos a hipótese de que a evolução é influenciada por duas fontes de informação: informação externa que é de selecção natural, e informação interna que se acumula no genoma através de gerações e tem impacto no aparecimento de mutações”, defende Adi Livnat, autor principal do estudo.

Para chegar a esta conclusão, a equipa isolou a mutação para a distinguir de outras aleatórias e da selecção natural. Foram depois estudadas mutações de novo, ou seja, mutações que aparecem nos filhos apesar dos pais não as terem.

A equipa notou que o surgimento da mutação HbS de novo prevalece na África subsariana, onde a malária é endémica, o que sugere que esta surgiu como uma forma da população se adaptar ao contacto com a doença. Se esta fosse aleatória, a probabilidade de aparecer nos europeus e nos africanos seria semelhante, mas não foi essa a conclusão do estudo.

Esta hipótese não é nova, com muitos cientistas a já terem sugerido no passado que é pouco provável adaptações complexas nos olhos, no cérebro ou nas mãos sejam acidentais, mas este é o primeiro estudo a prová-la no exemplo da resposta à malária.

“Isto mostra empiricamente pela primeira vez a resposta de uma mutação a uma pressão ambiental específica a longo prazo. Este tipo de resultado não pode ser explicado pelo neo-darwinismo, que se limita a explicar efeitos menores em taxas de mutações médias e não responde a mutações específicas em ambientes específicos”, remata Livnat.

Adriana Peixoto, ZAP //

3 Comments

  1. Pode-se extrapolar a adaptação dos seres e argumentar que os africanos já foram selecionados previamente para privilegiar um espectro de mutações aleatórias. é possível que populações de organismos isolados respondam ligeiramente diferente as pressões do ambiente. Ainda por outro lado este fato não invalida tantos outros em prol da seleção natural.

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