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Segurança Social dá prémios de 1,25 milhões aos trabalhadores por cobrança forçada de dívidas

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António Cotrim / Lusa

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho

Os trabalhadores do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social vão receber prémios superiores a 1,25 milhões de euros. Um bónus de desempenho relacionado com a cobrança coerciva de dívidas à Segurança Social.

Estes prémios destinam-se aos trabalhadores do Departamento de Gestão da Dívida do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), segundo o Correio da Manhã (CM) que reforça que são justificados com o bom desempenho na cobrança forçada de dívidas.

Os bónus vêm dos cofres do Fundo de Cobrança Executiva da Segurança Social e de taxas de justiça pagas no âmbito de processos de execução fiscal de dívidas da Segurança Social.

A despesa superior a 1,25 milhões de euros consta de uma deliberação da presidente do IGFSS, Teresa Fernandes, datada de Janeiro de 2021, ainda conforme o CM.

O ministério da Segurança Social, liderado por Ana Mendes Godinho, aponta que “a transferência de verbas da taxa de justiça para o Fundo de Cobrança Executiva da Segurança Social, para pagamento dos prémios, tal como previsto na legislação, depende de uma portaria do Governo, não existindo ainda uma decisão sobre essa portaria”.

Não se sabe quantos trabalhadores devem receber o prémio.

Mas o CM aponta que o bónus é mensal e que o valor é atribuído conforme o cargo exercido. Assim, “os dirigentes intermédios e técnicos superiores recebem 500 euros por mês e os assistentes técnicos recebem 340 euros por mês”, destaca o mesmo jornal.

Em 2020, a Segurança Social atribuiu um bónus semelhante da ordem dos 1,032 milhões de euros. Nessa altura, foram beneficiados 163 funcionários.

O prémio de 2020 visou recompensar a recolha de 667 milhões de euros com a cobrança coerciva de dívidas à Segurança Social em 2019. Esse valor superou a média anual registada entre 2016 e 2018, ano em que se ficou pelos 630 milhões de euros.

ZAP //

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14 Comments

  1. Esta segurança social é uma nódoa no nosso sistema democrático, adiam pagamentos sempre que podem e não devem, cobram de forma abusiva o que na maioria das vezes aos contribuintes não é concedido o direito de contestar pois até as contas lhes penhoram, só depois de pagar é que libertam as contas, não por terem dinheiro mas por serem contas que fazem pagamentos de água, luz etc.
    Neste momento os trabalhadores independentes tem 4 meses de atraso no pagamento do apoio extraordinário, mas no dia certo é-lhes cobrado a prestação social. Estamos num país em que o estado continua a abusar dos contribuintes.

    • O facto de teres escrito esse comentário e o mesmo ainda estar visível demonstra que Portugal é uma democracia. Na China já te tinham removido o comentário e, através do IP, já te tinham ido buscar a casa. Ias umas semaninhas para a reeducação e logo percebias o que era uma ditadura.

      • Há vários tipos de ditaduras. Na China existe uma ditadura politica, social, económica e fiscal e em Portugal uma ditadura Financeira e Fiscal onde entidades como a Autoridade Tributária ou a Segurança Social estão acima das primeiras instâncias dos Tribunais (o que não acontece nas verdadeiras democracias). Também as entidades bancárias e financeiras têm regalias e dispõem de mecanismo inacessíveis ao resto da população e empresas. Numa ditadura como a China a corrupção é baixa e escondida. Em Portugal a corrupção é imensa e feita às claras com um descaramento inacreditável.

        A comunicação social não fala mas Portugal e França foram no ano passado os únicos dois países da UE considerados apenas “semi-democracias”.

        • “A comunicação social não fala mas Portugal e França foram no ano passado os únicos dois países da UE considerados apenas “semi-democracias”.”
          Ai sim? E foram consideradas assim por quem?
          Pelo Ventura e pela sua madrinha Le Pen; não?!
          Só pode…
          .
          Estes não devem perceber nada do assunto e, para o próximo estudo, vão chamar o “expert em democracias” chamado “Justo”:
          “Portugal é a 7.ª melhor democracia do mundo, aponta instituto sueco V-Dem”
          Expresso, 13-04-2020

  2. Basicamente …. vão receber uma “compensação” mensal adicional para premiar ….. o que eles foram contratados para fazer e teoricamente deveriam fazer.
    Isto é … um Padeiro (com muito respeito que tenho para os padeiros) é contratado e vai receber X ao ser contratado numa padaria. Mas se fizer pão, então vai receber uma compensação adicional extra pelo simples facto de … fazer o pão !
    No mínimo estranho …. e eventualmente bastante “peculiar” … como em tantas coisas na máquina estadual que todos nós pagamos.
    Fica a pergunta: E quando esses funcionários metem as mãos pelos pés e fazem “borrada da grande” onde alegam sempre “erro de sistema” porque nunca é culpa deles, quem paga o prejuízo ? Eles do bolso deles (claro que não !) ou o estado e … cá voltamos nós …. volta a ser o cidadão contribuinte a pagar.
    Paga pelo prémio de fazer o seu trabalho e paga pelas asneiras deles.
    Paga … paga … paga … paga ….. até um dia algum cidadão deste “faz de conta” se cansar de vez e … fazer uma asneira tremenda que vai dar em notícia de abertura de telejornal

    • Completamente de acordo. Estão a premiar as pessoas por fazerem aquilo para o qual foram contratados. Será que o inverso também é verdade? Será que, quando na acção coerciva, o funcionário actua à margem da Lei ou para lá dela, ou comete erros que prejudicam os contribuintes, lhe deduzem o salário. Se assim for ainda aceito. Doutra forma é distribuir o que é de todos por alguns.
      E não estou com isto a dizer que é certo que não se paguem as contribuições a tempo e horas.

  3. Funcionários públicos premiados extraordinariamente por fazerem o seu trabalho ordinariamente.
    Quem recebe 500 euros de prémio mensal, vai receber por quanto tempo?

  4. Ora aí está! Depois do Costa ter forçado a paragem quase completa do país, com a sua incompetência recorrente no combate à pandemia, vem por este meio sacar das empresas aquilo que estas não têm, dinheiro. Primeiro é necessário que o Costa reponha os prejuízos que causou com confinamentos, encerramentos de fronteiras, instruções erradas à população, etc. É preciso que apresente a “bazooka” que anunciou e recapitalize/revitalize as empresas. Entâo depois sim, pode entrar em cobranças coercivas.

  5. Não é por acaso que todos os comentários têem o mesmo tom e o mesmo objectivo, parece impossível que um partido tão insignificante, e pouca representatividade tem tanta cobertura na comunicação social.

    • Quando se refere a um partido insignificante e com tão pouca representatividade, mas que domina a CS, presumo que se esteja a referir ao BE, certo?

  6. Isto só pode ser uma risota. Cobrança forçada de dívida?… Quantas dívidas foram propositadamente aumentadas, com o fito do prémio. Nem nos quintos do terceiro mundo se conhece tanta desonestidade.

  7. No tempo de Salazar tínhamos a PIDE agora temos vários organismos a trabalhar da mesma forma, se lá estão para fazer o seu trabalho por que razão atribuir-lhes prémios, quando afinal o contribuinte é muitas vezes molestado e obrigado a pagar de avanço e injustamente por culpa da incompetência desses mesmos funcionários? Está-se a criar cada vez mais uma divisão entre duas sociedades, pública e privada por conseguinte uma rivalidade entre ambas, devido às injustiças cada vez mais acentuadas!

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