Os genes altamente conservados garantem a diferenciação vitalícia entre os neurónios e as células glandulares nas anémonas-do-mar.
As anémonas-do-mar parecem saber onde está a fonte da juventude, já que não mostram sinais de envelhecimento. Há muito que a causa exacta desta juventude eterna intriga os cientistas.
Um novo estudo publicado na Cell Reports pode ter finalmente desvendado este mistério. A impressão digital genética da anémona-do-mar Nematostella vectensis revela que os membros deste filo usam as mesmas cascatas genéticas para a diferenciação de células neurais que outros organismos mais complexos.
Estes genes também são responsáveis pelo equilíbrio das células do organismo ao longo da vida da anémona. A equipa descobriu assim a diversidade e a evolução de todos os tipos de células nervosas e glandulares nesta anémona-do-mar. Para descobrirem isto, os cientistas usaram transcriptómicas de células únicas.
As células com impressões digitais sobrepostas foram agrupadas, o que permitiu aos cientistas distinguir tipos de células já definidas ou células em momentos de transição de desenvolvimento, cada uma com combinações de expressões únicas. Isto também ajudou na identificação do progenitor comum e das populações de células estaminais com tecidos diferentes.
Os cientistas descobriram que, contrariamente ao que se pensava anteriormente, os neurónios, as células gladulares e outras células sensoriais originam-se de uma população de progenitores comum. Dado que há vertebrados com células gladulares com funções neuronais, isto indica que há uma relação evolutiva muito antiga entre as células glandulares e os neurónios.
O gene especial que ajuda no desenvolvimento destas células progenitoras comuns é o SoxC, que também tem um papel importante na formação do sistema nervoso nos humanos e noutros animais, relata o SciTech Daily.
Os autores descobriram ainda que os processos genéticos de desenvolvimento de neurónios mantém-se ao longo da vida das anémonas-do-mar, desde que são embriões até à vida adulta, o que significa que, ao contrário de nós, as anémonas conseguem substituir os neurónios danificados ao longo da vida.