Se Portugal está a descer no ranking, por que leva “tantas” equipas ao Mundial de clubes?

Estela Silva / Lusa

João Mário (Benfica) e Evanilson (Porto) disputam bola

Está confirmado. Benfica e FC Porto vão participar na primeira edição do novo Mundial de clubes de futebol, com 32 duas equipas, a realizar-se entre 15 de junho e 13 de julho de 2025, nos Estados Unidos da América (EUA).

Portugal tem vindo a afundar-se no ranking das ligas da UEFA, principalmente com a chegada da Liga Conferência, onde clubes de campeonatos rivais – como o francês e o holandês – têm brilhado.

Na época transata, a nossa liga foi ultrapassada pela liga holandesa, depois de também ter sido superada recentemente pela liga francesa, o que nos faz ocupar, atualmente, o sétimo lugar.

Se Portugal está a descer no ranking, por que leva “tantas” equipas ao Mundial de clubes? “Tantas”, porque, até ver, leva “tantas” como Inglaterra e Espanha, que estão no top das melhores ligas europeias; e “tantas” porque – salvo uma exceção (já lá vamos) – é o máximo de clubes que cada país pode levar.

Mas a resposta é: o desempenho dos clubes na Liga dos Campeões, nas últimas quatro épocas.

Nesse parâmetro, das ligas rivais, só o Paris Saint-Germain (PSG) obteve melhor classificação do que Benfica e FC Porto, estando por isso também classificado.

A única forma de um país levar mais do que três equipas (a tal “exceção” acima referida) será pelo estatuto de vencedor da Liga dos Campeões. Do lado de lá do Atlântico, já há um caso assim: as equipas brasileiras Fluminense, Flamengo e Palmeiras têm já o apuramento garantido, por terem vencido a Taça dos Libertadores, nos últimos três anos.

12 equipas do “Velho Continente”

Este domingo, em reunião à margem do Mundial de clubes de 2023, em Jeddah, na Arábia Saudita, antes das meias-finais de segunda e terça-feira, a FIFA confirmou a participação dos dois clubes lusos, em função do ranking da UEFA dos últimos quatro anos.

A Europa terá um total de 12 representantes, onde se incluem, desde logo, os últimos quatro campeões: os ingleses do Chelsea (2020/21) e do Manchester City (2022/23) e os espanhóis do Real Madrid (2021/22), faltando conhecer o vencedor de 2023/24.

Pelo ranking, além de PSG, também Bayern Munique e Inter de Milão já confirmaram a presença.

Na Europa já só faltam apurar mais quatro equipas: o vencedor da Liga dos Campeões deste ano e mais três que serão definidas pelo ranking.

Mais confirmações

A FIFA também confirmou dois de cinco representantes de África, o Al Ahly e o Wydad, dois de cinco da Ásia, o Al Hilal e o Urawa Red Diamonds, três de quatro da CONCACAF, o Monterrey, o Seattle Souunders e o Léon, e a equipa da Oceânia, o Auckland City.

Quanto à América do Sul, serão seis as equipas, com três brasileiras já enumeradas, sendo que, para completar o lote de 32 equipas, ainda será escolhida uma equipa do país anfitrião.

Novo formato

A prova contará com uma primeira fase de grupos, com oito grupos de quatro equipas, qualificando-se para a fase a eliminar (oitavos de final, quartos de final, meias-finais e final), a um só jogo, os dois primeiros de cada agrupamento.

“Os clubes têm um papel fundamental no mundo do futebol e o Mundial de clubes de 2025 vai ser um marco importante, ao proporcionar aos emblemas de todas as confederações um palco adequado para brilhar ao mais alto nível”, disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino.

De acordo o líder máximo da organização que superintende o futebol mundial, esta nova prova “será aberta e baseada no mérito desportivo”, com o objetivo de “tornar o futebol verdadeiramente global”.

O Conselho da FIFA anunciou ainda a realização, anualmente, a partir de 2024, de uma Taça Intercontinental FIFA, que oporá, em campo neutro, o vencedor da Champions da UEFA ao vencedor de um ‘play-off’ entre os campeões das outras confederações.

A primeira final será em 18 de dezembro de 2024.

ZAP // Lusa

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