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Afinal, se não fosse o Chicxulub, os dinossauros ainda andariam por cá

Chase Stone

Um novo estudo revelou que os dinossauros não estavam em declínio antes do impacto do asteroide Chicxulub. “Talvez ainda vivessem no nosso planeta”.

Um estudo publicado esta terça-feira na Current Biology revelou que, quando o asteroide Chicxulub embateu na Terra e exterminou os dinossauros, estes não estavam em declínio.

As descobertas de fósseis há muito que indicam que os dinossauros estavam a diminuir em número e diversidade antes do impacto do asteroide no final do período Cretáceo – o que indicava uma iminente extinção, mesmo antes do encontro cataclísmico com uma rocha espacial.

No entanto, o novo estudo alerta que a ideia de que a diversidade dos dinossauros estava a diminuir antes do impacto do asteroide, há 66 milhões de anos, baseia-se em registos fósseis defeituosos.

A nova investigação analisou cerca de 18 milhões de anos de provas fósseis.

Como detalha a Live Science, os cientistas estudaram registos de cerca de 8.000 fósseis da América do Norte datados da era Campaniana (83,6 milhões a 72,1 milhões de anos atrás) e da era Maastrichtiana (72,1 milhões a 66 milhões de anos atrás), concentrando-se em quatro famílias: Ankylosauridae, Ceratopsidae, Hadrosauridae e Tyrannosauridae.

À primeira vista, a análise mostrou que a diversidade dos dinossauros atingiu um pico há cerca de 76 milhões de anos, tendo depois diminuído até ao momento em que a queda de um asteroide eliminou os dinossauros não-aviários.

De acordo com os novos modelos desenvolvidos, todas as famílias de dinossauros eram comuns e generalizadas e, por conseguinte, corriam um risco reduzido de extinção, salvo um acontecimento catastrófico como o impacto de um asteroide.

Os investigadores sugerem também que o Maastrichtian tinha condições geológicas mais pobres para a fossilização– daí os registos fósseis desse tempo serem menos abundantes. No entanto, isto não quer dizer, necessariamente, que os dinossauros estavam em declínio.

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Eventos como o recuo do Mar Interior Ocidental, que outrora se estendia do Golfo do México até ao Ártico, e a subida das Montanhas Rochosas, com início há cerca de 75 milhões de anos, podem ter impedido ou perturbado a fossilização, fazendo parecer que havia menos dinossauros e menos diversidade durante esse período.

A equipa também descobriu que os afloramentos geológicos do Maastrichtian da América do Norte não estavam expostos ou estavam cobertos por vegetação. Por outras palavras, as rochas desta época que poderiam conter fósseis de dinossauros não estavam facilmente acessíveis.

“Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no final do Mesozoico [252 milhões a 66 milhões de anos atrás]”, concluiu o coautor do estudo Alfio Alessandro Chiarenza, paleontólogo da University College London, citado pela Live Science.

“Se não fosse o asteroide Chicxulub, talvez ainda partilhassem este planeta com mamíferos, lagartos e os seus descendentes sobreviventes: as aves”, acrescentou.

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Miguel Esteves, ZAP //

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