Sarampo espalha-se no Norte. CDC alerta para “ameaça global crescente”

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Public Health Image Library / CDC

Um homem e duas mulheres, todos entre os 18 e os 25 anos. Foram confirmados já nesta semana e todos estão clinicamente estáveis.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou hoje a existência de três novos casos de sarampo na região Norte, um homem e duas mulheres, com idades entre os 18 e os 25 anos, que estão “clinicamente estáveis”.

Em comunicado, a DGS refere que os três novos casos foram confirmados entre segunda e quarta-feira.

“Os novos casos encontram-se clinicamente bem e fora do período de infecciosidade”, garante a direção-geral, acrescentando que os casos foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

A origem destes casos está em investigação, bem como estão a ser identificados os contactos próximos na comunidade e aplicadas medidas de controlo, acrescenta a DGS.

“A DGS e a rede de Autoridades de Saúde, em colaboração com o INSA e com os profissionais de saúde, estão a acompanhar a evolução da situação de acordo com o previsto no Programa Nacional da Eliminação do Sarampo, com enfoque na confirmação de casos suspeitos e rastreio de contactos”, lê-se no comunicado.

Estes três casos somam-se a outros três já identificados anteriormente.

Na nota de hoje, a DGS refere que desde o dia 11 de janeiro foram confirmados seis casos de sarampo: dois na região de Lisboa e Vale do Tejo e quatro no Norte.

CDC alerta para ameaça global crescente

 

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos lançaram um alerta para o crescente risco de casos e surtos de sarampo, na sequência de um aumento global na transmissão da doença.

Numa mensagem de sensibilização enviada a semana passada, o CDC pediu aos médicos para estarem atentos a pacientes que apresentem erupção cutânea acompanhada por febre e outros sintomas de sarampo, bem como a pacientes que tenham viajado recentemente para países com surtos de sarampo em curso.

Segundo o CDC, entre 1 de dezembro de 2023 e 23 de janeiro de 2024, foram confirmados 23 casos de sarampo nos EUA, incluindo sete importações diretas por viajantes internacionais e dois surtos com mais de cinco casos cada. A maioria dos casos foi em crianças e adolescentes não vacinados.

Os surtos de sarampo nos EUA são tipicamente desencadeados por residentes nos EUA não vacinados ou subvacinados que contraem a infecção no estrangeiro e, ao regressarem, transmitem a doença a grupos da sua comunidade que também estão não vacinados ou subvacinados.

“O aumento do número de importações de sarampo visto nas últimas semanas reflete uma subida nos casos globais de sarampo e uma ameaça global crescente da doença,” lê-se na mensagem de sensibilização do CDC, intitulada “Mantenha-se Alerta para Casos de Sarampo”.

Segundo dados da OMS, a Europa registou um aumento de mais de 40 vezes nos casos de sarampo em 2023 em comparação com 2022. A região registou mais de 42.200 casos de sarampo no ano passado, comparado com apenas 941 em 2022.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Há que responsabilizar, em termos concretos e sérios, os paizinhos que se entretêm a brincar aos anti vacinas.
    Ou eles se isolam com os seus rebentos onde não coloquem ninguém em perigo, ou passam a responder juridicamente pelas consequências da sua posição que, em última análise, representa um atentado à saúde pública.
    Como tal, deve ser objeto de punição, inclusuvanente quando se trata dos seus próprios filhos, que não têm culpa dos pais que lhes aconteceram.

  2. Lucinda, essa sua opinião tem direito a ela, mas esse tipo de actos que sugere, estilo compulsório ou de punição sem julgamento, configura crime por tratados internacionais, juramentos médicos e até constituição portuguesa.
    O ónus da prova está de quem acusa. Sugiro pesquisar sobre o assunto.

  3. Ónus da prova? Peço desculpa, mas se houver um surto e morrerem pessoas POR complicações do sarampo, essa é a prova. Estas pessoas não morreriam se não tivesse havido surto. Se existem pessoas que não vacinaram os filhos e estes estiverem na cadeia de transmissão, aí tem a sua prova.
    A Lucinda tem toda a razão. O sarampo propaga-se à custa de bolsas de pessoas susceptíveis e é tão contagioso que não é preciso muitos susceptíveis para se formarem cadeias de transmissão. Portugal pode-se orgulhar de ter eliminado o sarampo (ou seja, os casos importados não originam cadeias sustentadas), mas a imitação das modernices anti-vacinas pode pôr em risco a situação privilegiada em que estamos. Se houver mortes causadas por um surto de sarampo, de quem é a responsabilidade? vai haver julgamento?

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