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“Neste momento, estamos como o sapo dentro da panela e a água está a aquecer…”

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António Cotrim / Lusa

A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

Os sinais e alertas de que pode estar a formar-se uma nova crise no horizonte levam a ex-ministra das Finanças do Governo do PSD, Maria Luís Albuquerque, a deixar alguns avisos ao actual Executivo de António Costa.

“Neste momento, estamos como o sapo dentro da panela e a água está a aquecer devagarinho. Se viermos a ter uma crise como a que tivemos em 2008, o sapo salta da panela”, aponta Maria Luís Albuquerque em entrevista ao Expresso.

É até mais perigoso se isso não acontecer, porque, tal como o sapo, vamos morrer sem dar por isso”, acrescenta a ex-ministra.

Maria Luís Albuquerque nota que “ultrapassámos a fase mais aguda da crise, mas não conseguimos ainda reduzir o nível de medicação“. “A intervenção do BCE introduziu uma distorção imensa”, constata, frisando que “haverá a necessidade, mais tarde ou mais cedo, desses estímulos serem retirados, e isso vai ter consequências”.

Por outro lado, há “sinais de abrandamento da economia a nível mundial, tensões comerciais, pressões relacionadas com as alterações climáticas”. Tudo isso pode ter impacto na realidade económica nacional, afiança Maria Luís Albuquerque.

Mas mesmo que venha uma crise, a ex-ministra do PSD espera que o Governo do PS fique os 4 anos da legislatura no poder.

Espero e desejo que este Governo dure quatro anos“, “independentemente das circunstâncias”, pois “um Governo não se pode ir embora quando as coisas estão mal e voltar quando estão compostas”, diz.

António Costa quererá vir a ser Presidente da República e acho importante que se mantenha no Governo para o podermos testar em momentos difíceis”, acrescenta ainda.

Sobre Mário Centeno, Maria Luís Albuquerque refere que deseja que “possa continuar como presidente do Eurogrupo” porque “é importante para Portugal”. “Caso contrário, queremos saber porquê — se é para se dedicar mais a ministro das Finanças ou se é por estar cansado e querer ser governador do Banco de Portugal“, atira, criticando esta última possibilidade, pois considera que “o BdP não é um lugar para onde se vá descansar”.

Na entrevista ao Expresso, Maria Luís Albuquerque recusa também classificar o partido de André Ventura como extrema-direita, preferindo notar que “é claramente direita conservadora”.

A ex-ministra do PSD fala também da “extrema-esquerda”, referindo que “nem o PCP nem o Bloco de Esquerda são partidos democráticos”, e destaca que “temos de acabar com essa conversa de que há um extremo que é bom e outro que é mau“. “Os extremos são todos maus, de esquerda ou de direita”, conclui.

ZAP //

1 Comment

  1. “…A ex-ministra do PSD fala também da “extrema-esquerda”, referindo que “nem o PCP nem o Bloco de Esquerda são partidos democráticos”…”

    Mas o livre é fofinho 🙂 ou seja ao diabolizar o paradoxo, esta senhora criou um paradoxo igual 🙂 (Exactamente o modus operandis da propaganda Estalinista)

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