Uma equipa de arqueólogos descobriu uma nova sala do Domus Aurea, o imenso complexo palaciano do imperador Nero, da Roma Antiga.
O quarto decorado com frescos de uma esfinge, centauros e outras figuras reais e mitológicas permaneceu oculto durante os últimos dois mil anos e está a ser chamado de “A Sala da Esfinge”.
Os especialistas tiveram acesso pela primeira vez a este salão, do qual só é possível apreciar a parte alta, uma vez que a parte inferior está enterrada por sedimentos acumulados, segundo informou esta quarta-feira o Parque Arqueológico do Coliseu, em Roma, ao qual pertence o Domus Aurea.
Trata-se de um salão com teto em formato de abóbada, bem conservado e ricamente decorado, com imagens em vermelho sobre fundo branco que contêm figuras mitológicas pintadas com intensas cores no seu interior.
Uma delas representa um guerreiro armado com uma espada, um escudo e uma aljava para transportar flechas, a lutar contra uma pantera. Também há representações de centauros e do fauno Pã, a divindade silvestre e dos pastores na mitologia grega.
Além disso, as paredes mostram criaturas aquáticas reais e mitológicas, uma paisagem com pássaros e desenhos de colunas todas decoradas. No entanto, a pintura mais representativa é a que precisamente deu nome ao quarto, uma esfinge que se ergue sobre o que parece ser um “bétilo” — um objeto sagrado de forma cónica.
Estas figuras são típicas daquela época, com as quais os romanos decoravam as edificações e repetem-se noutros lugares do Domus, cuja construção foi ordenada por Nero, após o incêndio destruidor de 64 d.C sobre o Monte Ópio em Roma.
A diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, Alfonsina Russo, comemorou a descoberta, ao considerar que a mesma servirá para “narrar a atmosfera dos primeiros anos do principado de Nero”, um dos imperadores mais míticos da Roma Antiga, que reinou até sua morte no ano de 68 d.C.
ZAP // EFE