Presidente ucraniano foi colocado na lista de procurados do Kremlin “ao abrigo de um artigo não especificado do Código Penal.
As autoridades russas incluíram este sábado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, na lista de procurados do Ministério do Interior, por infração ao Código Penal.
Segundo a agência noticiosa oficial russa TASS, Zelenskyy é procurado “ao abrigo de um artigo não especificado do Código Penal da Federação Russa”.
De acordo com a base de dados do ministério, Zelenskyy, nascido em 1978 na cidade de Krivoi Rog, na região ucraniana de Dnipro, faz parte de uma lista que já inclui outros nomes de alegados criminosos procurados pelas autoridades, como o chefe do Conselho de Segurança e Defesa Nacional de Kiev, Alexander Litvinenk, adicionado na sexta-feira.
Prova do “desespero” de Moscovo
A diplomacia da Ucrânia reagiu à inclusão do Presidente na lista, dizendo que se trata de uma prova do “desespero” de Moscovo.
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, “as informações russas sobre a alegada inclusão do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na lista de pessoas procuradas pelo Ministério do Interior russo demonstram o desespero do Estado russo e da máquina de propaganda, que não sabe o que mais inventar para chamar a atenção”.
“Gostaríamos de lembrar a todos que, ao contrário dos anúncios inúteis da Rússia, o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra o ditador russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra é real e executório em 123 países”, acrescenta o comunicado.
A inclusão de altos funcionários ucranianos na lista segue uma tendência que as autoridades russas têm vindo a seguir desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. As autoridades russas não comentaram a razão pela qual Zelenskyy foi incluído na lista.
No ano passado, o Presidente ucraniano disse ter conhecimento de pelo menos “cinco ou seis” tentativas de assassinato tinham sido orquestradas contra si.
Em fevereiro, Moscovo já tinha feito uma jogada ousada ao incluir nesta lista negra a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, que tem sido uma firme defensora da autodefesa da Ucrânia contra a invasão russa.
O Secretário de Estado da Estónia, Taimar Peterkop e o Ministro da Cultura da Lituânia, Simonas Kairys, também foram inseridos na lista de procurados, naquela que foi a primeira vez que a Rússia instaura um processo criminal contra o líder de um governo estrangeiro.
ZAP // Lusa